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Mostrando postagens de 2014

Cachoeira: urgentes necessidades da cidade em 1869

Um dos livros utilizados pela Câmara Municipal da Cidade da Cachoeira para lançamento das cópias dos ofícios dos vereadores (CM/S/SE/RE-007), aberto em 3 de março de 1863, traz em suas folhas 146 a 148v. um relatório que atendia ao estabelecido por lei em que os deputados da Assembleia Provincial deveriam ser informados das mais urgentes necessidades dos municípios. O documento traz como primeira necessidade a recuperação da Igreja Matriz que, naquela época, era o mais importante edifício da cidade, juntamente com a Casa de Câmara, Júri e Cadeia recentemente construída.  Igreja Matriz em seu aspecto original (foto entre 1910/1920) - Fototeca Museu Municipal Nas imediações, os prédios mais imponentes e ainda assim sem rivalizar com a Igreja eram o Império do Divino Espírito Santo (1856) e o Teatro Cachoeirense (1830). Teatro Cachoeirense - Museu Municipal Igreja Matriz e Império do Espírito Santo - Fototeca Museu Municipal Eis algumas das necessidades listad

Votos de final de ano

A Equipe do Arquivo Histórico deseja a todos os seus apoiadores, seguidores e consulentes um  Feliz Natal e um próspero 2015!

15 de dezembro de 1859 - 15 de dezembro de 2014: 155 anos de Cachoeira Cidade

Há 55 anos Cachoeira comemorou o centenário de sua elevação à condição de Cidade com grande repercussão. Cachoeira do Sul em 1959 - cartão-postal da fototeca do Museu Municipal O Jornal do Povo, em sua edição do dia 15 de dezembro de 1959 trazia como manchete: Cachoeira Centenária Comemora a Histórica Data. Jornal do Povo, 15/'12/1959, p. 1 - Acervo de imprensa - Arquivo Histórico Naquele mês de dezembro a cidade desenvolveu uma extensa programação comemorativa, com decretação de feriado no dia 15, lançamento de publicação alusiva, eleição da rainha do Centenário e outras atividades sociais, culturais e esportivas que envolveram toda a comunidade. Álbum comemorativo - 1959 - acervo Arquivo Histórico A Rainha do Centenário eleita em concurso foi a senhorita Janice Maria Bacchin, representante do Clube Comercial, tendo como princesas Sueli Müller, representando a Sociedade Rio Branco, e Pegi Estrázulas, representando o Clube Atlético Bancário. A apresentaçã

Padres Redentoristas em Cachoeira

A Igreja Santo Antônio é um dos cartões-postais de Cachoeira do Sul, verdadeira joia que brotou do gênio do arquiteto alemão José Lutzenberger. Projeto do convento e Igreja de Santo Antônio - arquiteto José Lutzenberger - extraído da publicação Suplemento do Santuário de Aparecida, 1944 Há 70 anos, mais precisamente em fevereiro de 1944, dez anos depois do começo das obras de construção da igreja, tiveram início os trabalhos de conclusão das torres, execução da Companhia Construtora e Organizadora Industrial S.A., que na mesma época estava levantando o prédio que serviria como nova agência do Banco do Brasil, na Rua Sete de Setembro, onde depois funcionou o Clube Independente. Igreja Santo Antônio com as torres ainda inconclusas, vista interior do templo e tomada do Colégio Imaculada Conceição - Suplemento do Santuário de Aparecida, p. 203, 1944 A vinda dos redentoristas para Cachoeira foi um dos marcos da expansão da ordem no Rio Grande do Sul, pois até então eles

Levante militar no Barro Vermelho - 10 de novembro de 1924

A edição do jornal O Commercio (Cachoeira, 1900-1966) do dia 12 de novembro de 1924 traz detalhada notícia sobre o levante militar do 3.º Batalhão de Engenharia, sediado em Cachoeira, cujo desfecho se deu no Barro Vermelho, interior do município, onde pereceram o Dr. Balthazar de Bem e o jornalista Fábio Leitão. Fábio Leitão - acervo familiar Eis a notícia, transcrita com atualização da grafia, exceto dos nomes próprios: Sábado último, desde cedo, começaram a circular na cidade vários boatos de que o 3.º Batalhão de Engenharia, aqui aquartelado, se sublevaria para atacar a Intendência Municipal e tomar conta da cidade. Imediatamente as autoridades municipais, em ação conjunta com a comissão executiva do Partido Republicano local, tomaram várias providências, preparando a defesa da cidade, lançando mão do contingente de 80 homens vindos do 4.º distrito, sob o comando do capitão Avelino Carvalho Bernardes, subintendente dali, para fazer parte do corpo auxiliar da Brigada

A fronteira do rio Jacuí

O Arquivo Histórico convida para: Palestra: A fronteira do rio Jacuí, pelo historiador Tau Golin Lançamento do livro: A Guerra Guaranítica - o levante indígena que desafiou Portugal e Espanha, de Tau Golin Dia 14 de novembro de 2014, às 19h SIPROM: Rua Virgílio de Abreu, 1175 O evento integra a programação do Novembro Azul - Núcleo Municipal da Cultura Promoção: Associação Cachoeirense de Amigos da Cultura - AMICUS Conselho Municipal de Política Cultural - CMPC Associação de Amigos da Fazenda da Tafona Apoio: Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul

Das construções que ameaçam ruína

Recentemente a imprensa local divulgou que a Prefeitura Municipal multou um proprietário de terreno central da cidade em razão do desmoronamento de seu muro. Esta ação da Prefeitura não é novidade e se respalda no cumprimento da legislação que disciplina a vida dos cidadãos no recinto da cidade. O Código de Posturas da Câmara Municipal, promulgado em 1862, já dispunha sobre a matéria em seu Capítulo 3.º e, apesar do decurso do tempo, apresenta resoluções muito semelhantes às que hoje vigoram e são cobradas dos transgressores. Eis a redação de 1862: CM/S/SE/RPL-002, fl. 28 e 28v. Capitulo 3.º Dos edificios que ameação ruina e outros precipicios. Artigo 16 - Quem tiver casa, muro , ou qualquer outro edificio em ruina no alinhamento da rua ou praça, ou que em sua queda ou ruina possa offender a quem transitar na rua ou praça ou obstruil-a, será obrigado a reedificar ou demolir dentro de quinze dias contados da intimação, que lhes fará o fiscal por ordem da Camara. O contr

Primeiras letras para meninas

A educação no Rio Grande do Sul teve impulso tardiamente. Além das questões de ocupação do território, que também foram tardias em relação ao restante do país em razão das disputas havidas entre Portugal e Espanha, o longo período da Revolução Farroupilha desviou o curso natural do desenvolvimento, embora o ideário farrapo preconizasse incentivos à educação. Em Cachoeira, as primeiras referências à educação formal só foram concretizadas depois do período revolucionário, quando houve a nomeação da primeira professora pública, D. Anna Francisca Rodrigues Pereira, em 1848. Seis anos antes disto, em plena Revolução Farroupilha, houve uma tentativa de instalação de uma classe de primeiras letras para meninas na Vila Nova de São João da Cachoeira. O Presidente da Província mandou expedir à Câmara um edital avisando que as pessoas que quisessem fazer oposição a esta cadeira poderiam manifestar-se... Tempos em que a educação ainda não era genericamente entendida como fator imprescindí

AH na IX Jornada Nacional de Educação - SIPROM

O Arquivo Histórico se fez representar na IX Jornada Nacional de Educação, promovida pelo Sindicato dos Professores Municipais - SIPROM, de 1.º a 3 de outubro.  No último dia, participantes da Oficina n.º 2, intitulada "Um novo olhar para o ensino de História", acompanhados pelo ministrante, o professor Cesar Augusto Jungblut, de Florianópolis, fizeram uma caminhada pelos principais pontos históricos do centro da cidade, buscando um novo olhar sobre os patrimônios que contam a história de Cachoeira do Sul. O passeio também constou de visita ao Museu Municipal ( www.museucachoeira.com.br ), onde o grupo foi recebido pela professora Sandra Liege Schumacher e guiado pela assessora técnica Elisabete Farias da Silva. Naquele importante espaço de memória, o professor Cesar Jungblut fez observações sobre o acervo exposto e deu sugestões da criação de caixas de memória, ferramenta muito utilizada para desenvolver a educação patrimonial. No Arquivo Histórico, culminância do pas

AH como extensão da sala de aula

O Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul, além de seus objetivos de guardar, preservar e difundir os documentos da nossa história, presta orientações aos pesquisadores e consulentes, encaminhando-os em seu afã de obter as informações que procuram, seja no seu próprio acervo, ou no de outras instituições culturais do Município. Na semana retrasada, buscando atender os alunos Samuel Vieira e Gabriel Corrêa Barbosa, da Escola Estadual de Ensino Médio Ciro Carvalho de Abreu, cujo tema da pesquisa era a Revolução de 1964, além de disponibilizar os jornais de época, a equipe do Arquivo Histórico recorreu ao professor de História Henrique La-Flôr, convidando-o a vir conversar com os alunos para responder sobre os acontecimentos do período, os desdobramentos do fato e a contextualização necessária para que aquele momento da vida brasileira fosse compreendido pelos jovens. Prof. Henrique La-Flôr e os alunos Samuel Vieira e Gabriel C. Barbosa Marcada a data, alunos e pro

Eleições

O Brasil está passando por mais um processo eleitoral, exercendo os cidadãos o salutar dever de contribuir, através do sufrágio, com o princípio democrático que rege a vida político-administrativa. Uma vez candidato, o cidadão tem que cumprir o rito de conquistar seu eleitorado e, se eleito, desempenhar as funções para as quais se credenciou.  Mas assim como houve muitas mudanças na sociedade brasileira, também o processo de escolha dos cidadãos que exerceriam funções públicas sofreu modificações em todas as esferas. Nos municípios, a partir de 1.º de outubro de 1828, com a instituição da lei que regia o funcionamento das Câmaras Municipais, no artigo 1.º, ficava determinado que as Câmaras das cidades seriam compostas por nove membros e, as das vilas, por sete membros e um secretário. Cachoeira, portanto, precisava eleger dentre os seus cidadãos probos sete vereadores. Dizia a referida lei: TITULO I FÓRMA DA ELEIÇÃO DAS CAMARAS Art.  1.º As Camaras das cidades se compo

Árvores em Cachoeira

O dia 21 de setembro é dedicado às árvores no Brasil e esta data foi escolhida em razão de coincidir com o início da primavera. As árvores dão vida às cidades, contribuindo para o bem-estar das pessoas e para o embelezamento de residências, ruas e praças. Cachoeira do Sul sempre foi considerada uma cidade bem arborizada e até hoje diferentes espécies de árvores marcam os espaços urbanos, servindo como referências, a exemplo das palmeiras do Château d'Eau, dos plátanos do Bairro Rio Branco, dos ipês da Rua Andrade Neves, das paineiras da Escola Rio Jacuí. Palmeiras washingtonias do Château d'Eau - foto Robispierre Giuliani Ao longo da nossa história, é interessante verificar que muitos administradores do Município preocuparam-se em arborizar a cidade, adquirindo mudas que várias vezes procediam de outras localidades. Em 1908, o Intendente Isidoro Neves da Fontoura plantou paineiras na Praça José Bonifácio. As mudas que sobraram deste plantio foram colocadas defron

Pesquisadores encontram no Arquivo fontes importantes para seus estudos

O Arquivo Histórico tem recebido ultimamente muitos pesquisadores que, em busca de sua riqueza de fontes, encontram material bastante para dar robustez aos seus estudos. A presença dos pesquisadores, além de permitir o cumprimento dos objetivos do Arquivo Histórico, é oportunidade de intercâmbio de conhecimento com os servidores, de troca de informações e estabelecimento de rede para futuros contatos e estudos. Estiveram conosco nos últimos dias os seguintes pesquisadores: - Júlio Fonseca do Amaral, bisneto do membro da Academia Brasileira de Letras, Gregório Porto da Fonseca, que veio buscar informações sobre a vida do antepassado na sua terra natal, bem como confirmar dados genealógicos com a assessora Maria Lúcia Mór Castagnino. Na ocasião, doou a obra Estética das Batalhas, de Gregório da Fonseca, autografada pelo escritor para o acervo do Arquivo Histórico; Júlio Fonseca do Amaral entregando a obra do bisavô às assessoras do AH - Paulo Roberto Staudt Moreira,

Os 7 de setembro na Vila Nova de São João da Cachoeira

O 7 de setembro de 1822, dia em que D. Pedro I decidiu que o Brasil seria independente de Portugal, só foi ter repercussão na recém-instalada Vila Nova de São João da Cachoeira meses depois, quando aqui chegaram as correspondências expedidas pela Imprensa Nacional comunicando os atos administrativos que se sucederam ao grito do Ipiranga. Nos setembros subsequentes, documentos revelam que era costume a Câmara incentivar os habitantes da Vila a iluminarem a frente de suas casas nos dias 6 e 7. Também a casa que servia de sede às reuniões dos vereadores tinha que iluminar sua fachada. Sessão da Câmara em 5 de setembro de 1853 - Livro CM/OF/A-005, fl. 78 Além da iluminação especial, era costume contratar o padre para realização de um Te Deum, na Igreja Matriz, em ação de graças pela Independência.  O Te Deum é um hino religioso cantado em louvor a Deus pelo alcance de uma graça ou pelo transcurso de um grande acontecimento. Às vezes é acompanhado por uma pregação e algum

Multas - recurso antigo para disciplinar os costumes

Não é de hoje que as autoridades buscam meios para disciplinar os cidadãos de forma que a organização e o convívio nas cidades sigam os princípios da civilidade. As rotinas citadinas mudam com os tempos, gerando outros costumes. Bons e maus. Na Cachoeira do século XIX, animais não podiam andar soltos pelas ruas, tampouco instalarem-se em lugares públicos, sob pena de seus proprietários serem multados pelas autoridades municipais. Aliás vem deste tempo o costume de cercar as praças, o que evitava a invasão do espaço por cavalos, bois e outros animais que perambulavam pelas ruas. Um documento da Procuradoria da Câmara Municipal, que era o setor encarregado das finanças municipais, datado do primeiro trimestre de 1859, mostra as curiosas infrações que geravam multas aos descuidados de então: Relação de multas e multados - CM/Po/RDD-002 Vê-se pelo documento acima que carnear rês na rua rendeu uma multa de 4.000 réis a Estevão Candido de Carvalho; que uma carreta que vinha em

AH: 27 anos de compromisso com a preservação da nossa história

No dia 5 de agosto de 1987 nascia o Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul. Surgia com o objetivo de recolher, preservar e difundir documentos da vida político-administrativa do quinto município do Rio Grande do Sul. E o trabalho do Arquivo Histórico só tem sentido se, além de cumprir com a guarda e a preservação dos documentos, oferecer seu acervo para a comunidade usufruir das informações neles contidas e assim conscientizar-se da importância do resguardo da memória. A tarefa do Arquivo Histórico é grande, assim como grande é o seu compromisso e responsabilidade. Obrigado a todos os servidores (de ontem e de hoje), colaboradores, apoiadores e pesquisadores que dão razão à nossa existência e valorizam o nosso papel. Alunos do Instituto João Neves da Fontoura pesquisando no AH Pesquisadora e escritora Terezinha T. Fenker - Dona Francisca Prof. Rui Carlesso - Cachoeira do Sul

AH recebe material para restauro

A Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul fez importante doação ao Arquivo Histórico, demonstrando assim respeito e valorização ao trabalho de preservação de nossa memória. Em 2013, o Vereador Marcelo Figueiró, atualmente na Presidência da Câmara, incentivou a equipe do AH a elaborar projeto de restauro do livro de atas do período 1851 - 1861 (vide postagem http://arquivohistoricodecachoeiradosul.blogspot.com.br/2013/12/arquivo-historico-pede-auxilio-camara.html ), código CM/OF/A-005, que se encontra em processo adiantado de degradação, impossibilitando seu manuseio. No dia 30 de julho último, a equipe do AH foi recebida no gabinete da Presidência do Legislativo para a entrega do material que a Câmara adquiriu para a realização do restauro do livro, que ficará a cargo da assessora técnica Jussara Maria de Andrade Garske. No ato da entrega do material, o Núcleo Municipal da Cultura se fez representar pela assessora Josiani Knebel Fardin.  A notícia foi veiculada na edição de 3

190 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul

Depois de muitas tratativas, finalmente em novembro de 1857 chegava a Cachoeira a primeira leva de imigrantes alemães com destino à Colônia Santo Ângelo. Estes pioneiros tiveram muito trabalho pela frente e enfrentaram toda sorte de dificuldades, a começar pela forma inusitada com que foram deixados à margem do rio Jacuí, abandonados à própria sorte, pois o comando do vapor que os trouxera até a margem, aproveitando-se do momento em que desceram da embarcação para conhecer o que lhes aguardava, determinou que desembarcassem suas bagagens, zarpando logo a seguir. Aos colonos surpreendidos pela "fuga" do vapor restava apenas a coragem de arregaçar as mangas e buscar meios de sobreviver naquele ambiente desconhecido, inóspito e cheio de desafios. A tarefa hercúlea rendeu bons frutos ao trabalho e abnegação daqueles pioneiros e a Colônia Santo Ângelo cresceu, transformando-se depois em municípios como Agudo, Paraíso do Sul, Novo Cabrais, todos com imenso orgulho de suas raíze

Nosso clima há 100 anos

O Rio Grande do Sul tem vivido um inverno de grandes variações de temperatura, alta taxa de umidade e grande precipitação de chuvas. Fala-se muito no efeito estufa e em fenômenos climáticos que têm relação com as ações descuidadas do homem. 2014 é ano de El Niño , segundo os meteorologistas. Mas, afinal, como nossos antepassados verificavam o clima? Na Cachoeira de 1914, tempo da Intendência Municipal, anualmente, no mês de setembro, eram lançados relatórios da vida municipal, trabalhos elaborados com muita eficiência pelos funcionários encarregados da Seção de Estatística e Arquivo. Estes relatórios constituem-se hoje em fontes preciosas dos mais diferentes aspectos do Município, abordando desde climatologia até estatística moral, que incluía criminalidade, suicídios e assistência hospitalar, dentre outros. Com a inconstância do inverno em 2014, buscou-se os dados do clima em Cachoeira no Relatório apresentado ao Dr. Balthazar Patricio de Bem, Intendente do Município de Cachoei