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Mostrando postagens de 2019

Nossos votos

A equipe do Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul agradece a companhia de todos que prestigiaram o blog ao longo de 2019, almejando-lhes um abençoado Natal! Que o histórico ano de 2020 seja de conquistas para Cachoeira do Sul, com iniciativas e ações em prol da preservação da sua memória. 

Cachoeira do Sul 200

Cachoeira do Sul prepara-se para ingressar no ano em que completará seu bicentenário. Uma grande programação comemorativa será desenvolvida ao longo de todo o ano de 2020 e a largada foi dada pelo fotógrafo e produtor audiovisual cachoeirense Cristianno Caetano com o documentário Cachoeira do Sul 200, lançado na 50.ª Semana de Cachoeira do Sul. Em avant-première , os patrocinadores, apoiadores, participantes do projeto e convidados especiais conheceram o resultado de seis meses de trabalho no auditório da SICREDI, dia 12 de dezembro. No dia 13, na Sociedade Rio Branco, a exibição pública do documentário que, a partir de então, será disponibilizado como peça de divulgação da memória cachoeirense. Com o intuito de proporcionar aos espectadores uma viagem pela bicentenária história de Cachoeira do Sul, Cristianno Caetano se serviu de depoimentos, documentos e fotografias garimpadas nas instituições de memória, especialmente no Arquivo Histórico e no Museu Municipal.

A Semana de Cachoeira chega ao cinquentenário

A Semana de Cachoeira do Sul, conjunto de atividades e eventos que acontecem anualmente de 8 a 15 de dezembro, nasceu há 50 anos.  Instituída pela Lei Municipal n.º 1395/69, de 3 de outubro de 1969, a Semana de Cachoeira do Sul surgiu de um projeto de lei do vereador Adroaldo Fernando de Moraes, cujo mandato foi de 1969 a 1973.  Segundo ele:  Vereador Adroaldo Moraes - AHMCS "A ideia de instituir a SEMANA DE CACHOEIRA DO SUL partiu da necessidade de integrar as forças vivas da comunidade, visando difundir as possibilidades culturais e sócio-econômicas de nossa cidade".  Inicialmente a ideia foi de realizar a Semana de Cachoeira na segunda semana do mês de outubro de cada ano. A justificativa de seu idealizador era "para que a mesma coincidisse com o período escolar, pois notava-se na época um grande desconhecimento, por parte dos professores e alunos, sobre a história e as potencialidades do município". Ficou decidido então que durante o período d

Capela de Santa Catarina - 100 anos

No dia 23 de novembro de 1919, as irmãs de Santa Catarina, há pouco estabelecidas no Hospital de Caridade para trabalharem como enfermeiras, inauguraram uma capela à sua santa de devoção em terreno lateral ao prédio hospitalar. Fototeca Museu Municipal O jornal O Commercio, edição do dia 26 de novembro de 1919, traz a notícia da inauguração da capela: As 10 horas da manhã de domingo, 23 do corrente, foi solemnemente inaugurada a Capella de Santa Catharina, recentemente construida ao lado do Hospital de Caridade, no extremo sul da rua Saldanha Marinho, defronte á Praça Ytororó. Ao acto compareceram as Irmandades, com as respectivas insignias, muitos fieis e a banda musical Estrella Cachoeirense, que o abrilhantou. A nova capella tornou-se pequena para conter o povo, officiando tres sacerdotes: o vigario da parochia, o respectivo capellão, revmo. padre Vicente Trovisqueira, e o revmo. conego João Cordeiro da Silva. Este ultimo, subindo ao pulpito, pronunciou eloquente al

Remoção de materiais fecais

Imaginemos como era complexo para uma cidade resolver a questão do recolhimento dos materiais fecais em tempo em que não havia saneamento básico. A prática mais comum nas casas era o uso de recipientes, os chamados urinóis, e a abertura de poço com o assentamento de uma "casinha" sobre ele para servir de privada. Com o desenvolvimento urbano, os materiais fecais necessitavam de recolhimento adequado. Em 1907, o intendente e médico Cândido Alves Machado de Freitas, preocupado em atacar convenientemente a questão, pensou em copiar o sistema adotado em Santa Maria.  Finalmente, em 1.º de setembro de 1909, a Intendência pôs em prática a remoção das fezes por meio de cubos, ou cabungos, confeccionados em madeira. Os cubos eram entregues nas residências e casas comerciais e recolhidos em dias específicos por carroça. A carroça se dirigia para o rio Jacuí, onde o conteúdo dos cubos era despejado e eles passavam por limpeza. Feito isto, a carroça seguia para o chalé do As

Dia dos Finados

O blog do Arquivo Histórico busca acompanhar, na medida da sua documentação e acervo de imprensa, as datas comemorativas, acontecimentos históricos e outros fatos relevantes que ajudaram a forjar a valiosa história desta terra. Na época em que as homenagens têm destino os entes queridos que não vivem mais, um poema publicado no jornal O Comércio  de 70 anos atrás dá a medida do quanto o preito aos mortos têm de tradição e se faz segundo o seu tempo: "Dia dos Finados" Mui lindas flores, de perfume vário, Revestem cada abrigo sepulcral, - Mansão dos que da Morte o cruel fadário Recolheu, com sua mão sempre fatal. Corações cheios de saudade atroz, Faces em muitas lágrimas banhadas, Almas, erguendo em prece a triste voz, Contemplam dos que dormem as moradas. Lembrança de um viver muito feliz Trazem aquelas pedras silenciosas... E cada sepultura também diz Que as horas tôdas correm pressurosas. Em cada lousa fria assim se lê: Na tumba, u

Hospital de Caridade

Há 80 anos a comunidade cachoeirense estava empenhada em erguer um segundo prédio para o Hospital de Caridade, uma vez que o primeiro, inaugurado em 1910, já estava acanhado para atender à demanda. Primeiro prédio do Hospital - 1922  - Museu Municipal Para isto, a exemplo do que aconteceu com o primeiro Hospital, contar com o auxílio da comunidade era medida importantíssima e capaz de levantar os recurso necessários para tão importante obra. O jornal O Commercio,  em sua edição do dia 18 de outubro de 1939, alertou os leitores sobre o momento crucial enfrentado pela diretoria da instituição hospitalar e comissão de construção: O Comércio - 18/10/1939 O Hospital de Caridade de Cachoeira atravessa, no momento, a phase mais difficil de sua construcção. Escassos se vão tornando os recursos de que dispõe a directoria para fazer face ao vultoso custo do arremate da obra, do mobiliario e do aparelhamento cirurgico e clinico necessarios. Em veemente appello dirigido, h

Árvores frutíferas

Cachoeira do Sul sempre foi reconhecida como uma cidade bem arborizada e muitas são as reservas de verde existentes em seu recinto urbano, como as praças e o Parque Municipal da Cultura, com seu pouco difundido Jardim Botânico. Esta condição tem sido um dos fatores que fazem da cidade um lugar aprazível, especialmente quando as estações mais quentes causam suas ações sobre a vida dos indivíduos, sequiosos por sombras. A manutenção de um viveiro municipal é uma prática governamental que atravessa muitas décadas. Dele saem muitas mudas de ornamentais e frutíferas para reposição nos diferentes recantos da cidade. A prática de aquisição de árvores, quando ainda não havia um setor municipal próprio para a produção e cultivo de mudas, vem de longe. Uma nota de compra guardada dentre os documentos contábeis da Intendência Municipal, datada de 16 de julho de 1909, revela que o intendente Isidoro Neves da Fontoura adquiriu, da Granja Bom Retiro, de Pelotas, enxertos para diversas frutí

Uma igreja no brasão da cidade

O brasão representativo do Município de Cachoeira do Sul porta em seu escudo, na meia parte superior esquerda, em fundo azul, a silhueta de parte do frontão da Igreja Matriz, hoje Catedral, numa referência mais do que oportuna ao que este templo representa na história local. Matriz eclesiástica de Cachoeira do Sul e testemunha da história da cidade, a Igreja Matriz chega aos 220 anos com o devido reconhecimento de sua importância. Inaugurada em 30 de setembro de 1799, desde então vem acompanhando todos os momentos históricos, fazendo parte deles em diferentes situações. Pela sua relevância, em 20 de janeiro de 1969, a Lei Municipal n.º 1379 considerou-a como monumento histórico. A lei, publicada no Jornal do Povo  do dia 23 de janeiro de 1969, tem o seguinte teor: Jornal do Povo , 23/1/1969, p. 3 Pela lei, foi considerada como "Monumento Histórico do Município de Cachoeira do Sul, a fachada da bicentenária IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, em virtude

E a revolução se avizinha...

Em 24 de setembro de 1835, antevendo problemas com a ordem e segurança públicas em razão do estouro da Revolução Farroupilha, o Juiz de Paz do Centro oficiou à Câmara Municipal comunicando-a da situação:  Officios = Do Js. de Páz do Centro = 24 de Septembro Corr.e = Que se responda disendo que com magoa recebeo a nuticia que no mesmo dá, porem que muito lhe louva o Zello que tem tomado sobre o bem estar do Municipio e que espera que Continue na serteza de que a Camara o cuadjuvara em tudo que estiver a seu Alcance. Que se fassa Publico por Editais fazendo Constár que no Municipio riscos não há de Ser perturbado; que sem que a Camara espera em Seus habitantes hajao de prestar se com união e obdiencia as Leys e a Authoridades legalm.e constituidas huma vez que o corrão serconstancias que exijão. E por ser dada a hora o Senr" Prezidente levantou a seção E para Constar se lavrou a presente Acta em que assignarão perante mim Manoel Alves Ferrás Junior Secret.º que o escrevÿ Jo

Armas ofensivas

Em tempos de discussão a respeito do rearmamento do cidadão, interessante se deparar com um edital do século XIX, do ano de 1862, em que a Câmara Municipal da Cidade da Cachoeira declarou  quaes as armas offensivas cujo uzo as autoridades policiaes poderão permittir, e os cazos em que o podem fazer, e para este fim adoptou a resolução seguinte, Artigo 1.º Hé prohibido trazer qualquer arma de fogo, cortante, perfurante ou contundente, excepto bengala e chapeo de Sol; sendo unicamente permittido aos officiaes de officio e carreteiros o uzo dos instrumentos proprios em quanto trabalharem, podendo removelos de um lugar para o outro durante o dia. 2.º As autoridades policiaes poderão conceder licença  1.º  para trazer armas de caça as pessoas insuspeitas e estabelecidas no lugar = 2.º para trazerem qualquer arma as pessoas que andarem em viagem ou nos campos, sendo os impetrantes pessoas de reconhecida probidade. Tanto no primeiro como no segundo cazo porem, se fará a express

Gregos em Cachoeira

Ainda utilizando a rica documentação da polícia (DP/D-004) do final da década de 1880, acervo do Arquivo Histórico, uma correspondência do delegado de Cachoeira para o de Santa Maria chama a atenção. Trata-se de uma ocorrência envolvendo gregos que andaram aprontando na cidade próximo ao Natal de 1887. Correspondência do delegado de polícia de Cachoeira para o de Santa Maria - 24/12/1887 - DP/D-004 Diz a correspondência: N.º 2 - Delegacia de Policia do Termo da Cachoeira 24 de Dezembro de 1887. - Illmo. Snr. - No dia 21 do corrente, seguio para essa Cidade uns Gregos trabalhadores que comprãm e fabricão tachos de cobre, estando elles nesta cidade na noute de 20 para 21 roubaram dos mesmos um cavallo baio, de dentro de um alambrado e logo que elles d'aqui sahirão o cavallo apareceu em poder de um mulato, cujo mulato diz ter comprado o dito cavallo de seu dono na vespera da sahida d'aqui pela quantia de 20$000 rs. o q. tudo isto parece-me mentira, porque no dia 21

Agência do antigo Banco Pelotense - Patrimônio Histórico do Estado do RS

Sábado último, ao meio-dia, foi festivamente comemorada a colocação da cumeeira no vasto edifício que o Banco Pelotense está mandando construir à Rua 7 de Setembro, esquina da Rua Venâncio Aires. Já começou a colocação das telhas no belo edifício, construído sob a direção do Dr. Santiago Borba que pretende entregá-lo ainda antes do fim do ano.   Com a notícia acima, o jornal O Commercio , de 15 de junho de 1921, à página três, informou aos leitores o andamento das obras do alteroso edifício que o Banco Pelotense estava erguendo na esquina da Rua Sete de Setembro com a então Venâncio Aires, hoje Rua Presidente Vargas, prédio tombado como patrimônio histórico-cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado - IPHAE no último dia 17 de agosto, Dia Nacional e Estadual do Patrimônio. Agência Banrisul - Patrimônio Tombado do Estado do Rio Grande do Sul (17/8/2019) - Foto Renato F. Thomsen Uma das mais admiradas construções da zona urbana de Cachoeira do Sul

Escravas em arruaça

Na época da Câmara Municipal, mais precisamente no final da década de 1880, o Delegado de Polícia do Termo da Cachoeira contratava cidadãos para exercerem o papel de polícia particular. A atribuição destes cidadãos era, pois, a de zelar pela segurança e ordem pública, reportando ao delegado toda e qualquer ocorrência que verificassem em suas rondas. Outra atribuição deles era a de verificar o estado da iluminação pública que, à época, era feita por lampiões acendidos e apagados diariamente por um encarregado especial, o acendedor de lampiões. Uma "parte", que era assim o nome do documento emitido pelo encarregado de prestar contas da ronda ao delegado de polícia, emitida em 20 de novembro de 1887, relatou um acontecimento interessante: DP/D-004  Quartel da Policia Particular em Cachoeira, 20 de Novembro de 1887. Parte: Illm.º Sr.º Fiz a ronda nas principaes ruas da cidade, até ás 12 horas da noite e confórme as ordens de V.S.; rondei as patrulhas co

Cachoeira rumo aos 200 anos

5 de agosto de 2019. Cachoeira atingiu a marca de 199 anos de instalação como município, celebrando com todos os cachoeirenses o seu aniversário. Num 5 de agosto do ano de 1987 também nasceu o Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul "Carlos Salzano Vieira da Cunha", instituição que guarda, preserva e disponibiliza os documentos que dão materialidade a uma das histórias mais ricas do nosso estado. Para rememorar, em 5 de agosto de 1820, o Ouvidor Geral, Corregedor e Provedor da Comarca de São Pedro e Santa Catarina, Joaquim Bernardino de Sena Ribeiro da Costa, realizou a solenidade de instalação do município, constando do rito português o erguimento do pelourinho, a eleição dos três primeiros vereadores e o preenchimento dos outros cargos indispensáveis para o funcionamento da nova vila. Naquele dia, os cidadãos da ainda pequena povoação devem ter-se reunido no local em que provavelmente hoje se ergue a Praça José Bonifácio para assistir ao nascimento do quinto

Praça de Santo Antônio

Em edição do dia 29 de julho de 1949, o Jornal do Povo noticiou que a Câmara de Vereadores tinha tomado uma atitude louvável: a da abertura de crédito para aquisição de um terreno para nele dispor a Praça de Santo Antônio. Praça Floriano Neves da Fontoura - Cartão-postal de 1959 - Fototeca Museu Municipal Dizia a matéria: Praça de Santo Antônio Si existem atitudes que correspondam a um elogio, destaca-se, sobremodo, a uma das últimas resoluções da Câmara Municipal, em sua Lei n.º 70, que abriu um crédito para a compra de um imóvel onde vai ser construida a Praça de Santo Antônio. O Sr. Prefeito Municipal e os nobres vereadores, com essa resolução, pagaram de vez, essa grande divida para com a cidade de Cachoeira, cujos habitantes desde há muitos anos desejavam ver essa idéia concretizada. Nada mais justo se nos parece. Por isso, queremos deixar nestas linhas o agradecimento de uma coletividade que em breve será beneficiada com êsse grande e indispensável melhor

A grande fuga para a lua

Há 50 anos, no dia 21 de julho de 1969, o homem pisava pela primeira vez na lua. Naquele tempo, poucos foram os que tiveram a oportunidade de assistir à proeza através da televisão, recurso ainda não disponível em todos os lares brasileiros. Assim, nos dias que se seguiram ao feito, jornais e rádios difundiram a nova e alimentaram as discussões. Em Cachoeira, o Jornal do Povo  foi portador da notícia em sua edição do dia seguinte, 22 de julho. Na primeira página, um quadro dá destaque ao feito: Capa do JP de 22/7/1969 Registro histórico - JP de 22/7/1969, p. 1 Intitulada Registro histórico , a nota diz: Registro Histórico.  Ao primeiro minuto do dia de ontem, 21 de julho, de 1969, o homem pôs, pela primeira vez na História, o pé na Lua. O fato deve-se ao avanço da Técnica e da Ciência dos Estados Unidos da América, o herói chama-se Neil Armstrong, seguido de seu companheiro do Apolo 11, Edwin Aldrin, que fêz o mesmo, instantes após Armstrong, enquanto Michael

Folha de pagamento

Vez ou outra a rica documentação preservada pelo Arquivo Histórico permite que a compreensão de quem a manuseia extrapole a simples informação expressa em seu conteúdo. A finalidade de emissão do documento foi uma, mas os seus desdobramentos podem ser muitos. Uma nota de despesa com o serviço de canalização das águas pluviais executado na Rua 15 de Novembro em sua extensão, de forma a cobrir as esquinas das Ruas 7 de Abril (atual Dr. Milan Kras), 24 de Maio (atual Dr. Sílvio Scopel), Andrade Neves e General Portinho, possibilita o conhecimento dos nomes dos onze trabalhadores que aguardavam da Intendência Municipal o pagamento de seus honorários. Além de prestar-se aos arquivos das finanças da Intendência, justificando a despesa, a Folha de Pagamento do Pessoal do Calçamento resgata os trabalhadores do anonimato e revela o tipo de serviço que executaram, além de estabelecer, pelo valor despendido, o grau de importância atribuído às diferentes tarefas. Folha de pagamento -  e