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Mostrando postagens de 2018

Boas Festas!

A Equipe do Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul "Carlos Salzano Vieira da Cunha" agradece a todos que prestigiaram seu trabalho, aos que se utilizaram de seus serviços e aos que valorizaram e valorizam a história, dando-lhe a importância que merece.  Feliz Natal a todos! Um 2019 de bênçãos, conquistas e alegrias!

Museu Municipal - 40 anos

O Arquivo Histórico presta homenagem à instituição co-irmã, o Museu Municipal de Cachoeira do Sul - Patrono Edyr Lima, pelos 40 anos de fundação.  Museu Municipal - foto Mirian Ritzel Em 15 de dezembro de 1978, por iniciativa do Prefeito Julio Cezar Mandagaran Caspani, com o apoio de sua Secretária de Educação Marisa Timm Sari e a escolha da diretora Lya Wilhelm, nascia aquela que seria a segunda instituição municipal de cultura e faria companhia à Biblioteca Pública. Com a criação e instalação do Museu Municipal, a história de Cachoeira do Sul recebeu novo olhar, ganhando materialização através do garimpo e exposição de acervos. A partir da sua existência e organização foi possível oferecer à comunidade uma oportunidade até então inédita: a divulgação de fatos e personagens que compõem o cenário político, econômico, social e cultural de Cachoeira do Sul, tornando a história local acessível a todos. A programação comemorativa dos 40 anos do Museu Municipal revestiu-s

1910 - uma festa de aniversário

Comemorações de aniversários são comuns e se conservam através dos anos. Como tudo, também estas festas sofrem influência do tempo, da moda e das tendências típicas de cada época. Como se organizavam tais eventos em 1910? Uma notícia do jornal O Commercio , edição de 2 de fevereiro, além de mostrar o apreço de proeminentes membros da sociedade mercantil de Cachoeira a um aniversariante médico, traz detalhes sobre a ocasião: Por motivo de seu anniversario natalicio, occorrido domingo ultimo, foi muito cumprimentado o illustrado clinico dr. Guilherme Ovalle*, que, além de outras muitas outras felicitações, recebeu um valioso presente, constante de uma caneta de ouro. (...)  A caneta vinha acompanhada de um cartão impresso em letras douradas em que constavam as seguintes palavras: Exmo. Sr. Dr. Guilherme Ovalle Os vossos amigos e admiradores das qualidades moraes que exornam o vosso caracter, sentindo intenso jubilo no dia do vosso natalicio, que hoje commemoram, offerecem-v

Movimentos emancipatórios

Por ocasião da instalação do município de Cachoeira, em 5 de agosto de 1820, o território da Vila Nova de São João da Cachoeira era o maior do Rio Grande do Sul. Ainda no século XIX, por lei de 12 de novembro de 1832, começaram as emancipações de distritos submetidos política e administrativamente a Cachoeira, tendo início com a separação de Alegrete, que levou consigo Livramento, e Caçapava com São Gabriel. Santa Maria seguiu os demais em 1857. Em 1859, quando Cachoeira foi elevada ao foro de cidade, na mesma data também obteve esta concessão o município de Bagé, oriundo também da grande Vila Nova de São João da Cachoeira. O território da Vila Nova de São João da Cachoeira - 1822 Na segunda metade do século XX, o processo de emancipação de distritos ganhou força política e popular. No ano de 1959, os distritos de Faxinal do Soturno, Agudo e Restinga Seca separaram-se de Cachoeira do Sul, constituindo novos municípios. Mas o processo começou bem antes, com discussões comunit

Diploma de vereador - 1947

O título da postagem "Diploma de vereador - 1947" pode parecer pouco atrativo ao leitor. No entanto, poder acessar o documento que chancelou a posse de um representante do poder legislativo depois de um período de dez anos de fechamento das câmaras municipais no país é a comprovação material de um momento intrincado da política nacional. O diploma em questão pertenceu ao vereador Antonio De Franceschi Sobrinho, cidadão que integrou a Câmara na legislatura que antecedeu o fechamento das câmaras municipais, o que foi cumprido em 11 de novembro de 1937, e que voltou 10 anos depois a desempenhar a mesma função. Getúlio Vargas, que havia assumido o governo do país em 3 de novembro de 1930, instituindo o Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, passou a ser o chefe dos poderes executivo e legislativo, dissolvendo todos os órgãos legislativos do país. Por aquele ato, os municípios seriam regidos por um prefeito nomeado pelo interventor estadual, cabendo

Um registro escolar de 100 anos

No dia 14 de novembro de 1918, em uma escola localizada na localidade de São Lourenço, município de Cachoeira, a professora Vicentina Fontoura produziu uma caprichada lista com a matrícula anual dos alunos que frequentaram sua aula durante aquele ano da graça de 1918. IM/S/SI/Listas - Caixa 11 Dos 26 alunos que constam da lista, percebe-se que vários irmãos frequentavam a mesma aula, sendo que a faixa etária variava de 7 a 13 anos e o grau de adiantamento era medido por três classes - 1.ª, 2.ª e 3.ª , estando 12 deles na 1.ª, nove na 2.ª e cinco na 3.ª. Predominavam os meninos na turma, com 14 indivíduos. Dentre as famílias com vários membros frequentando o ambiente escolar, destaque para os Fontoura, filhos de Felippe Fontoura, Moraes, filhos de Alfredo e Nelson Moraes, os Marques, filhos de Dico Marques, os Herbstrith, filhos de Juvencio Herbstrith e os Rosa, filhos de Damasceno da Rosa. De todos os 26 alunos da turma, o de nome Abilio L. de Carvalho permite uma progre

A espanhola

Há 100 anos a grande preocupação dos habitantes do município de Cachoeira era com o surto de gripe espanhola, ou influenza espanhola, a epidemia mais mortal da história. No Brasil, nos dois anos em que ela grassou, morreram dezenas de milhares de pessoas, dentre elas o presidente da República, Rodrigues Alves. Por sua rápida e abrangente disseminação, a gripe espanhola foi reconhecida como pandemia. O jornal O Commercio  daquele ano de 1918, em sua edição de 6 de novembro, traz uma coluna intitulada Influenza hespanhola? O Commercio - 6-11-1918, p. 1 Influenza? Positivamente sim. Hespanhola? cremos que não. Porque, na verdade, a molestia que Cachoeira hospeda, desde alguns dias, em nada difere da nossa conhecida grippe de todos os annos. E' essa, pelo menos, a opinião do corpo medico local. A molestia que recebeu na Europa o nome de influenza hespanhola e correu o velho continente fazendo uma larga colheita de vidas perdeu, ao passar para a America, o seu poder agg

Indústrias e profissões na Cachoeira de 1891

Cachoeira em 1891 tinha na agricultura, no comércio e na prestação de serviços farta fonte de recursos para a Junta Municipal, como era chamada a comissão de cidadãos que gerenciava a vida político-administrativa e os negócios municipais no momento que sucedeu a proclamação da República (15 de novembro de 1889). O Mercado Público, ao centro da Praça José Bonifácio, com seus quase dez anos de funcionamento, oferecia uma numerosa gama de produtos e serviços aos seus frequentadores, polo que atraía os moradores da zona colonial e outras do interior do município, pulsando em conversas animadas, negócios e apregoações. Na indústria, destaque para as cervejarias, tamancarias, fábricas de sabão, de banha, de melado  e rapaduras. Na organização administrativa e burocrática, no setor das finanças municipais, então denominado de Seção de Recebedoria e Pagadoria, vários livros de registro de receita e despesa recebiam todas as anotações necessárias para garantir o efetivo controle de entra

Remodelação da Igreja Matriz

As grandes obras de saneamento da cidade, concluídas em 1925, e a onda de embelezamento urbano que as acompanhou, motivaram as lideranças religiosas e comunitárias a promoverem a remodelação da Igreja Matriz. Com o belo Château d'Eau chamando a atenção no centro da Praça Almirante Tamandaré (hoje Praça Dr. Balthazar de Bem), a velha Matriz com seu aspecto despojado e ainda conservando sua originalidade, deve ter parecido superada diante de tantas novidades. A grande liderança que concluiu as obras urbanas, Dr. João Neves da Fontoura, também incentivou os paroquianos a procederem ao embelezamento da Igreja Matriz, sugerindo a criação de uma comissão que se encarregasse de tal empreitada. Château d'Eau e Igreja Matriz antes da remodelação - Fototeca Museu Municipal A comissão foi constituída dentre membros da paróquia e apoiadores das obras, tendo como presidente o Coronel Virgilio Carvalho de Abreu, vices Achilles Figueiredo e Cacilio Menezes, 1.º secretário Assis Fer

Primeira professora nomeada em Cachoeira

Uma das datas mais lembradas do mês de outubro é o Dia do Professor, celebrado em 15. Ainda que os professores enfrentem diariamente duros desafios e a sociedade não volva para eles o olhar de respeito que era regra no passado, o valor de sua função seguirá inquestionável.  A história da educação no Rio Grande do Sul é um capítulo à parte. Foi tardia tal qual a ocupação definitiva do território pelos portugueses. E para complicar mais a sua efetiva aplicação, o estado sofreu durante 10 longos anos as agruras da Revolução Farroupilha, época em que nada, ou quase nada, funcionou. Para provar esta situação, os anais da história mostram que o exame a que foi submetida a primeira candidata à professora pública da Vila Nova de São João da Cachoeira só foi ocorrer em 22 de outubro de 1838, 17 anos após a criação das primeiras aulas públicas. Homens na profissão já havia, como comprova a ata da sessão da Câmara Municipal, realizada naquele dia 22 de outubro, e que relata o exame a que

Parece, mas não é...

Os jornais locais do começo do século XX traziam diferentes assuntos para os seus leitores, até porque uma cidade interiorana não produzia notícias suficientes para encher uma edição. Poemas, artigos, novidades do comércio e da indústria, chegadas e partidas de cachoeirenses e visitantes, conselhos médicos, anúncios comerciais, forasteiros oferecendo toda sorte de produtos e serviços, festas, casamentos, variadas notas fazem dos exemplares d' O Commercio uma deliciosa leitura. Na edição do dia 30 de outubro de 1901, à página 2, um cidadão que se assinava Urbano Duarte publicou um texto que deve ter produzido boas discussões e até risadas entre os leitores. Ei-lo: O Comércio, 30/10/1901, p. 2 Os Nomes Si o nome é uma voz com que se dão a conhecer as cousas, com certeza não é uma voz com que se dêm a conhecer as pessoas. Olhem que parece mesmo de proposito! Vou tratar com um Cordeiro , já sei que me sae um sujeito rispido e raivoso; travo conhecimento com fulano de t

E.M.E.F. Dr. Baltazar de Bem - 60 anos

Há 60 anos a administração do município inaugurava o Grupo Escolar Dr. Baltazar de Bem, instituição que posteriormente se transformou em uma das maiores escolas da rede municipal de ensino. E.M.E.F. Dr. Baltazar de Bem - foto www.escolabaltazardebem.blogspot.com O Jornal do Povo,  em sua edição do dia 28 de setembro de 1958, primeira página, publicou que A Municipalidade Inaugura Hoje Novas Escolas , referindo que três estabelecimentos de ensino seriam abertos, sendo um em Agudo, um em Dona Francisca e o terceiro na Vila Marina, periferia da cidade de Cachoeira do Sul: Jornal do Povo  de 28/9/1958, p. 1 Na Vila Marina . Ainda hoje, domingo, às 16 horas, nesta cidade, a Prefeitura procederá à inauguração do G.E. "Dr. Baltazar de Bem", na Vila Marina, cujo prédio, ostentando requisitos em instalações e comodidades, alvo já de uma reportagem dêste jornal, será entregue à população escolar dessa populosa zona. As solenidades inaugurais contarão com a presença

Anulação de eleição

O  Brasil está às portas de importante eleição. Momentos como este, fundamentais para o exercício da democracia e para definição dos rumos da política, nunca foram amenos. Em todas as instâncias governamentais as disputas acirradas muitas vezes ganharam contornos violentos e dramáticos. Alguns contendores, embora este não devesse ser o termo empregado, melhor seria dizer disputantes de cargos públicos, fazem uso de subterfúgios e artimanhas para garantirem a vitória nos pleitos, tanto nos dias que correm como nos que já fazem parte do passado. Cachoeira, no começo do século XX, quando a política local era fortemente dominada pelo Partido Republicano Rio-Grandense - PRR e, logicamente, com a devida oposição, também foi palco de situações pouco democráticas. A imprensa da época tinha órgãos representativos de partidos e bandeiras políticas e as páginas dos seus respectivos jornais estampavam francas e diretas acusações. As lideranças faziam uso da imprensa para o ataque e a defesa d

Mulher que desconhece nome do marido

CM/S/SE/CR-Caixa 21 A documentação do Arquivo Histórico, como já dito em outras oportunidades, oferece um universo de possibilidades, seja no campo da informação histórica, na descrição dos espaços e vivências dos cidadãos, bem como na forma de interação com o meio e com os indivíduos, o que traduz, em suma, os traços culturais do lugar em que foi produzida. Um requerimento apresentado em 14 de março de 1887 traz um conteúdo no mínimo inusitado, uma vez que a requerente, uma alemã de nome Guilhermina [Foese?], solicita que seja verificado no registro de casamentos acatólicos (protestantes) qual o nome de seu marido: Illmo. Sr. Presidente e mais Vereadores da Camara Municipal da Cachoeira Diz Guilhermina Foese, residente na ex-Colonia de Santo Angelo, que tendo se propalado ser a Suppte. - que é Protestante - casada com Henrique ou como outros dizem Luiz Kazulke, preciza a bem de seus direitos, que revendo o respectivo Secretario d'esta Camara o registro dos cazam