Pular para o conteúdo principal

A Ponte do Passo Geral do Jacuí

O Passo Geral do Jacuí, localizado a 30 km da cidade de Cachoeira do Sul, pela estrada de rodagem e, cerca de 40 km pelo leito do rio Jacuí, foi um dos caminhos de ligação entre Rio Pardo e a Região da Fronteira Oeste e Planalto, em tempos de paz e de Guerra Farroupilha.
Terminada a Revolução Farroupilha, com a pacificação de Ponche Verde, a Província, governada por Caxias, volta-se para as obras e a prosperidade do Rio Grande do Sul.
Em 8 de abril de 1846, por decreto, é apresentado o projeto para esse desenvolvimento e nele incluída a construção de uma ponte sobre o Passo Geral do Jacuí. Uma obra necessária e vital para agilizar a ligação entre os principais núcleos urbanos, servidos pelo rio Jacuí e a comercialização dos produtos e riquezas entre regiões Leste e Oeste da Província.
Sua construção foi contratada pelo empreiteiro Ferminiano Pereira Soares, em 1848, pela quantia de 250 contos de réis, paga em seis prestações e num prazo contratual de cinco anos. (Ferminiano construíra a "Ponte dos Arcos" sobre o Arroio Dilúvio, na capital da Província, hoje, preservada, com o nome de "Ponte dos Açorianos", no parque de mesmo nome.)
A ponte, apesar de ter iniciada sua construção em janeiro de 1849, somente foi aberta ao trânsito, em novembro de 1871, uma vez que, a cada dois anos, a Província trocava de governo e a obra parava e recomeçava. Sua construção demorou 24 anos.
Em 1876, a administração da Ponte e arrecadação do pedágio foram entregues ao município de Cachoeira do Sul.
Durante a Revolução Federalista, 1893/1895, um dos grupos em conflito, ateou fogo no último vão de madeira para proteger sua retaguarda.
O restante da passarela de madeira se deteriorou com o tempo, um dos pilares caiu... e a Ponte do Jacuí lá está.

Fonte de consulta: Trabalho "A Malfadada Obra", de Alvarino Marques e Livro Copiador do Arquivo Histórico do Município.
Trabalho organizado por Loveli Moreira La-Flôr, assessora técnica do Arquivo Histórico do Município.
Imagens: Méia Albuquerque

Comentários

  1. q historia interessante!!!! parabéns!!! temos q divulgar tudo isto ....

    ResponderExcluir
  2. A ponte esta fincada no Rio Jacuí como um marco da história gaúcha. Apesar de deteriorada, seus pilares são firmes, feitos de pura rocha.Passei de barco entre os pilares e atrevo-me a dizer que poderia ser restaurada para passagens de pequenos carros, boiadas, carretas e do povo em geral tal sua robustez. Bem ao lado dela, funciona uma balsa que só para atravessar um carro, cobra 15 reais.Uma bela arquitetura do passado, testemunha das estórias rio-grandenses!
    José Francisco Ghignatti Warth
    jfgwarth@gmail.com

    ResponderExcluir
  3. José Francisco, esta história é mesmo muito interessante. E sobre os pilares, obra do Ferminiano Pereira Soares, os técnicos da época ousaram dizer que não tinham a solidez necessária! Imagina se tivessem!
    Obrigada por teu comentário!
    Mirian Ritzel, assessora do Arquivo Histórico.

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. As fotos que mostram a ponte ferroviária não têm relação com a antiga ponte do Império. Os pilares antigos que aparecem eram os primitivos da primeira ponte férrea, e não da Ponte do Império, que dali dista cerca de 300 metros pelo rio.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Casa da Aldeia: uma lenda urbana

Uma expressão que se tornou comum em nossos dias é a da "lenda urbana", ou seja, algo que costuma ser afirmado pelas pessoas como se verdade fosse, no entanto, paira sobre esta verdade um quê de interrogação!  Pois a afirmação inverídica de que a Casa da Aldeia é a mais antiga da cidade é, pode-se dizer, uma "lenda urbana". Longe de ser a construção mais antiga da cidade, posto ocupado pela Catedral Nossa Senhora da Conceição (1799), a Casa da Aldeia, que foi erguida pelo português Manoel Francisco Cardozo, marido da índia guarani Joaquina Maria de São José, é mais recente do que se supunha. Até pouco tempo, a época tida como da construção da casa era dada a partir do requerimento, datado de 18 de abril de 1849, em que Manoel Francisco Cardozo: querendo elle Suppl. Edeficar umas Cazas no lugar da Aldeia ecomo Alli seaxe huns terrenos devolutos na Rua de S. Carlos que faz frente ao Norte efundos ao Sul fazendo canto ao este com a rua principal cujo n...

Instituto Estadual de Educação João Neves da Fontoura - 90 anos

O mês de maio de 2019 está marcado por um momento significativo na história da educação de Cachoeira do Sul. No dia 22, o Instituto Estadual de Educação João Neves da Fontoura chegou aos seus 90 anos carregando, neste transcurso de tempo, desafios, dificuldades e conquistas. Muitas crianças e jovens passaram por seus bancos escolares, assim como professores e servidores dedicados à desafiadora tarefa educativa. A história do João Neves, como popularmente é chamado aquele importante educandário, tem vínculos enormes com seu patrono. Em 1929, quando a instituição foi criada com o nome de Escola Complementar, o Dr. João Neves da Fontoura era vice-presidente do estado e há pouco havia concluído uma gestão de grandes obras como intendente de Cachoeira.  Em 1927, ano em que Borges de Medeiros resolveu criar escolas complementares no estado para a formação de alunos-mestres, imediatamente João Neves empenhou-se para que uma destas escolas fosse instalada em Cachoeira, município p...

Série Documentos da Imigração Italiana em Cachoeira: o médico italiano Silvio Scopel

Um dos médicos que mais marcou a história da medicina em Cachoeira do Sul, certamente, foi o italiano Dr. Silvio Scopel que aqui reconstruiu sua vida e viveu por 38 anos. Silvio  Giovanni Giacomo Scopel nasceu em 7 de fevereiro de 1879, na província de Belluno, filho de Giovanni Scopel e Teresa Cricco Scopel. Formou-se médico em 1901, pela Universidade de Pádua, atuando como médico cirurgião e parteiro em diferentes cidades italianas. Em 1906, casou com Margherita Dal Mas, não tendo descendência desta união. O casamento não durou muito, pois Margherita faleceu, causando profunda tristeza no jovem médico. Tal estado de ânimo o fez optar por, na companhia de um colega e amigo, também médico, Dr. Alvise Dal Vesco (também aparece Dalvesco), vir para o Brasil. Sua chegada em Cachoeira se deu no ano de 1912, oferecendo os dois médicos os seus serviços, inicialmente prestados nas farmácias Popular e Nova, na Rua 7 de Setembro. Dr. Silvio Giovanni Giacomo Scopel - MMEL Propaganda do D...