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Mostrando postagens de março, 2024

Cachoeira - centro de operações dos mosquitos

Interessante como a história se repete e como falta ao indivíduo a capacidade de, espelhando-se nela, mudar o curso das coisas. Prova inconteste disso, é uma excelente crônica publicada no jornal  O Commercio,  em 15 de março de 1924, sem indicação do autor, em que o mosquito e as condições que favoreciam o seu habitat não diferem muito do que se vê hoje. E olha que 100 anos faz grande diferença! https://eu.biogents.com/aedes-aegypti-o-mosquito-da-dengue Diz o cronista do passado: Coisas e factos Quem acompanhar o desenvolvimento da cidade da Cachoeira, não pode deixar de notar que o mosquito vem, pouco a pouco e de par com o progresso, estabelecendo, aqui, seu centro de operações. Dir-se-ia que essa raça de zumbidores e sugadores nocturnos é um apanagio do progresso si, com antecedencia, não se soubesse que o seu desenvolvimento vem de uma fonte menos nobre. Porque veiu esse intermino enxame de mosquitos para a cidade? Attrahido pelas arvores e pelas flores das praças? Convidado pela

Recusa de nomeação

O coronel Isidoro Neves da Fontoura desde 1912, quando a contragosto assumiu o cargo de intendente municipal, já havia noticiado que abandonaria os cargos públicos. Seguiria como chefe do Partido Republicano em Cachoeira, cuja liderança era incontestável.  Coronel Isidoro Neves da Fontoura - Fototeca Museu Municipal Eleito intendente municipal, o Dr. Balthazar de Bem escolheu para seu vice o coronel Isidoro Neves da Fontoura, que declinou da indicação, recusando a nomeação. Não havendo exemplares de nenhum jornal da imprensa cachoeirense no ano de 1914, restam como comprovantes desta história os registros existentes no acervo documental do Arquivo. Como o que consta no "Relatório apresentado ao Dr. Balthazar Patricio de Bem, Intendente do Município de Cachoeira, pelo encarregado da Estatística e Arquivo, Mario Godoy Ilha, em 17 de setembro de 1914", em cuja página 24, que trata da Administração, consta o que segue: Não aceitando o coronel Isidoro Neves a sua nomeação para o c

Mulheres cachoeirenses em documentos do século XIX

Em março de 2004, o Arquivo Histórico realizou um levantamento em seu acervo de registros documentais feitos para mulheres. Importante lembrar que os primeiros documentos resguardados no acervo remontam ao tempo da instalação do município, fato ocorrido em 5 de agosto de 1820. Aqueles primeiros anos do século XIX eram ainda de absoluto protagonismo dos homens. Às mulheres era facultado o registro documental quando ficavam órfãs ou viúvas e, portanto, quando necessitavam do amparo do estado, aqui entendido como poder constituído, ou ganhavam materialidade pela posse dos bens de que ficaram herdeiras. Do contrário, eram representadas pelo pai, tutor ou marido. Uma das primeiras referências a uma mulher na documentação é justamente ligada a uma função que então lhe era precípua, que é a da maternidade ou amparo a crianças. Assim, aparece no Livro de Registro e Matrícula de Expostos número 01 do acervo (CM/S/SE/ME-001), na primeira folha, o nome da viúva  Ignes Gomes dos Santos  que acolhe

Hospital da Liga - uma obra para todos

Interessante recobrar a história de construção do Hospital da Liga Operária, o gigante do Bairro Barcelos, que se ergueu sob a batuta do maestro do operariado cachoeirense: o vereador José Nicolau Barbosa. E justamente agora que o município planeja desapropriá-lo para nele instalar o sonhado curso de medicina. José Nicolau Barbosa apresentando a obra do Hospital da Liga Operária - Acervo familiar O sonho do Nicolau, como ficou conhecido o empenho que aplicou sobre a obra, nunca chegou a se realizar, uma vez que a edificação não pôde ser usada como hospital. Ainda assim, sem as condições necessárias para atendimento das exigências médico-sanitárias, o prédio de três andares vem abrigando a Secretaria Municipal de Saúde. Mesmo desvirtuado de seu projetado uso original, mantém o vínculo com o almejado e necessário atendimento da saúde do trabalhador cachoeirense. O Jornal do Povo , edição de 1.º de março de 1964, traz uma entrevista com José Nicolau Barbosa, ocasião em que a reportagem do