Novembro de 1923. Todo aquele ano foi tenso para o Rio Grande do Sul, desde que, em janeiro, por contrariedade ao resultado das eleições do ano anterior, os federalistas reagiram a mais uma condução de Borges de Medeiros à presidência do estado. Os republicanos, para defesa de seus interesses, fizeram o mesmo. Estava instaurada a famosa revolução de 1923. O Ministro de Guerra, Setembrino de Carvalho, que há pouco havia estado em Cachoeira para a inauguração do quartel do 3.º Batalhão de Engenharia, vinha costurando as bases da paz, o que deixou expresso em um de seus discursos na ocasião. O caminho trilhado não foi fácil, mas a missão assertiva do general acabou por encaminhar os rumos daquele movimento revolucionário para o seu final, o que se deu em 14 de dezembro de 1923, quando Assis Brasil, em seu castelo de Pedras Altas, assinou o pacto de paz e, no dia seguinte, Antônio Augusto Borges de Medeiros, em Porto Alegre, ratificou-o. O jornal O Commercio , de Cachoeira, na sua edição d
No período que compreende os anos de 1820, marco da instalação do município de Cachoeira, após a sua emancipação de Rio Pardo até 1888, quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, há farta documentação no acervo do Arquivo Histórico registrando os tempos do cativeiro. Os dois documentos selecionados para esta postagem mostram momentos diferentes daquele período histórico, refletindo situações que sugerem a evolução do processo que redundou na libertação, assim como o pensamento que vigorava entre as autoridades constituídas. No primeiro, de 23 de abril de 1880, destaque para a Lei 2.040*, de 28 de setembro de 1871, conhecida como "Lei do Ventre Livre". Nele, há orientação, de forma sigilosa, de como as autoridades poderiam agir no convencimento dos senhores de escravos a tomarem atitude mais favorável ao Império sem deixarem de descumprir o que estava previsto no parágrafo 1.º do artigo 1.º da referida lei. O citado artigo estabelecia o que segue: Art. 1.º Os filhos de mu