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Um Giro de 50 Anos pela Páscoa

A Páscoa e seu espírito de renovação, sentido que nasce com a ressurreição de Cristo, envolve toda a cristandade. Como todas as celebrações religiosas, ela guarda ainda os rituais que lhe são característicos, mas tem se quedado às mudanças promovidas pela passagem do tempo e pela polarização de interesses própria do mundo atual. Uma excelente maneira de percepção das mudanças de foco e dos rituais que marcam a Páscoa é recorrer às publicações em jornais. Assim, escolheu-se um período de 50 anos, abarcando três jornais que circularam em Cachoeira do Sul entre 1956 e 2006:   O Comércio, Jornal do Povo   e   O Correio . Em 1956 a Páscoa aconteceu no dia 1.º de abril. O jornal   O Comércio  registrou em sua edição do dia 28 de março a notícia de que   Atingem extraordinário brilhantismo as comemorações da Semana Santa . No corpo da matéria, referiu as cerimônias de Domingo de Ramos e as procissões que envolveram as três igrejas católicas: Matriz,...

Sementes de Fumo Gigante

A China, um dos tigres asiáticos, é uma potência econômica emergente do mundo atual. Seus produtos chegam facilmente a casas do mundo inteiro e o sistema de informações vigente, com acesso universal e instantâneo, faz da terra distante e antes desconhecida um lugar que parece estar muito próximo! Mas imaginemos a China no século XIX. Provavelmente muito poucas pessoas tinham noção da sua existência, de sua localização geográfica e o que representava a sua cultura no oriente. Tampouco poderiam sonhar que no futuro o tigre asiático iria abocanhar, tal qual um dragão, consumidores nos quatro cantos do mundo! Um documento datado de 25 de janeiro de 1879, remetido à Câmara de Cachoeira por Americo de M. Marcondes de Andrade, oferecia às autoridades da época sementes de fumo gigante vindas da China: Remetto a V.M.cês uma pequena lata contendo sementes de fumo gigante da China, afim de que as distribuam pelos lavradores d'esse municipio que desejem ensaiar a sua cultura. De...

O AH recebe importante doação: último número do jornal O Comércio

Mensagem de encerramento de circulação de O Comércio - 23 de fevereiro de 1966 -   O Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul recebeu, no dia 23 de fevereiro de 2016, passados exatos cinquenta anos, uma importante doação ao seu acervo de imprensa: o último número do jornal O Comércio  (1900 - 1966) que circulou em 23 de fevereiro de 1966. Único exemplar conhecido da última edição de O Comércio -  23 de fevereiro de 1966 A doação do exemplar da edição derradeira do jornal foi feita por Sérgio Moacir da Silva Pacheco, funcionário das oficinas da Tipografia do Comércio, empresa editora do periódico. Ciente de que aquela edição encerraria a existência do Comercinho, Sérgio teve a iniciativa de resguardar um exemplar. E o fez por cinquenta anos, gesto que se constitui em exemplo de preservação de parte importante da rica memória de imprensa de Cachoeira do Sul. Por longos anos, o doador tentou localizar outro exemplar, sem sucesso, o que faz do ...

Morte aos Cães Danosos

Vila Nova de São João da Cachoeira. Ano de 1836. Não bastassem os problemas que estavam começando com a Revolução Farroupilha, drama que perduraria por longos 10 anos, a Vila se achava infestada por cães danosos... Aqueles eram também tempos de medo pela raiva canina, doença que apavorava a Europa, de onde vinham as soluções científicas, e para a qual o tratamento ainda era ineficiente, vitimando tanto as pessoas atacadas quanto os cães. Somente em 1885 Pasteur aplicaria pela primeira vez a vacina antirrábica em humanos, depois de vários experimentos em animais. Enquanto isto, os países das Américas poucos meios tinham para combater a doença e lançavam mão da estratégia de eliminação tácita dos cães... A notícia dos cães danosos chegou até nós através de um documento constante do Fundo Câmara Municipal (1820-1889) existente no Arquivo Histórico, portador de instruções para combate dos cães que andavam soltos pelas ruas da Vila. Como a grafia é bastante dificultosa em razão da époc...

Venda de ovos de gafanhotos!

Sub-intendencia do 6.º Districto* da Cachoeira, 4 de outubro de 1906. Illmo. Snr. Dr. Candido Alves Machado de Freitas M. D. Vice-intendente em exercicio. Attendendo a numerosas reclamações d'esta colonia no sentido de auxiliar-se, na extinção da praga de gafanhotos que de maneira descumunal assoalhouçe n'este districto deitando sobre o solo uma quantidade espantosa de óvos; lembro a V.S. que alem de outros meios ja cunhecidos deve-se effetuar a compra dos ditos óvos, não, ao preço de mil reis o Kilo, como consta estar pagando outros municipios, porem que se pague a cem ou dusentos reis, ésta medida é uma das de mais proveito pelo motivo dos colonos não perderem o tempo, e sim empregarem na colheta de óvos o serviço das crianças que com a maior facilidade colhem grande quantidade durante o dia, trasendo para colonia um proveito adimirável, antes de gerar-se o novo gafanhoto. Esta semanna o Snr. Augusto Scheffel, negociante nesta Colonia, anunciou a compra, óvos de gafan...

Castorina Ignacia Soares, um nome perdido nas brumas do tempo...

As Câmaras Municipais ainda hoje são compostas por comissões integradas pelos vereadores que têm por propósito analisar questões relativas à vida municipal, principalmente no que se refere à legislação que as disciplina.  Este modelo não é de agora. Ao tempo em que a Câmara Municipal era o aparelho administrativo do município, ou seja, a instância de poder responsável pela administração, controle e disciplinamento da vida municipal, os vereadores eram já designados para comporem comissões as mais variadas: para acompanhamento, verificação e pareceres sobre obras, instrução pública, eleições, etc. Cabia aos vereadores escolhidos informarem à presidência da Câmara o andamento das demandas municipais, apontando o cumprimento ou não dos contratos acordados.  Para exemplificar esta rotina, recorremos a um ofício enviado ao presidente da Câmara, Antônio Vicente da Fontoura, pelo vereador Polycarpo Pereira da Silva, da legislatura compreendida entre 1853 e 1856, em que se di...

Preservação de inscrições em monumentos

Para quem pensa que preservação de patrimônio é assunto novo, ou pelo menos tema de discussões contemporâneas, mesmo quando se fala em Brasil o assunto é bastante antigo! A primeira referência documental vem ainda do tempo do Império e surgiu por determinação de D. Pedro II, homem dotado de pensamento vanguardista e vasta cultura. A ordem do Imperador foi dada em 1855, gerando circular do governo da Província que determinava às Câmaras Municipais que providenciassem (...) se lhe envie copias das inscripções que possa haver neste Municipio, extampados nos monumentos publicos, e as inscripções sepulchraes das Igrejas Provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul. Pal.º da Presidencia em Porto Alegre 13 de Fevereiro de 1856. Circular N.º 4 Determinando S. M. O Imperador, por Aviso expedido pelo Ministerio do Imperio em 18 de Dezembro do anno passado, que esta Presidencia trate de obter e remetter á Bibliothéca Nacional as inscripções, que são estampadas nos monumentos public...