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Mostrando postagens de novembro, 2018

Movimentos emancipatórios

Por ocasião da instalação do município de Cachoeira, em 5 de agosto de 1820, o território da Vila Nova de São João da Cachoeira era o maior do Rio Grande do Sul. Ainda no século XIX, por lei de 12 de novembro de 1832, começaram as emancipações de distritos submetidos política e administrativamente a Cachoeira, tendo início com a separação de Alegrete, que levou consigo Livramento, e Caçapava com São Gabriel. Santa Maria seguiu os demais em 1857. Em 1859, quando Cachoeira foi elevada ao foro de cidade, na mesma data também obteve esta concessão o município de Bagé, oriundo também da grande Vila Nova de São João da Cachoeira. O território da Vila Nova de São João da Cachoeira - 1822 Na segunda metade do século XX, o processo de emancipação de distritos ganhou força política e popular. No ano de 1959, os distritos de Faxinal do Soturno, Agudo e Restinga Seca separaram-se de Cachoeira do Sul, constituindo novos municípios. Mas o processo começou bem antes, com discussões comunit

Diploma de vereador - 1947

O título da postagem "Diploma de vereador - 1947" pode parecer pouco atrativo ao leitor. No entanto, poder acessar o documento que chancelou a posse de um representante do poder legislativo depois de um período de dez anos de fechamento das câmaras municipais no país é a comprovação material de um momento intrincado da política nacional. O diploma em questão pertenceu ao vereador Antonio De Franceschi Sobrinho, cidadão que integrou a Câmara na legislatura que antecedeu o fechamento das câmaras municipais, o que foi cumprido em 11 de novembro de 1937, e que voltou 10 anos depois a desempenhar a mesma função. Getúlio Vargas, que havia assumido o governo do país em 3 de novembro de 1930, instituindo o Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, passou a ser o chefe dos poderes executivo e legislativo, dissolvendo todos os órgãos legislativos do país. Por aquele ato, os municípios seriam regidos por um prefeito nomeado pelo interventor estadual, cabendo

Um registro escolar de 100 anos

No dia 14 de novembro de 1918, em uma escola localizada na localidade de São Lourenço, município de Cachoeira, a professora Vicentina Fontoura produziu uma caprichada lista com a matrícula anual dos alunos que frequentaram sua aula durante aquele ano da graça de 1918. IM/S/SI/Listas - Caixa 11 Dos 26 alunos que constam da lista, percebe-se que vários irmãos frequentavam a mesma aula, sendo que a faixa etária variava de 7 a 13 anos e o grau de adiantamento era medido por três classes - 1.ª, 2.ª e 3.ª , estando 12 deles na 1.ª, nove na 2.ª e cinco na 3.ª. Predominavam os meninos na turma, com 14 indivíduos. Dentre as famílias com vários membros frequentando o ambiente escolar, destaque para os Fontoura, filhos de Felippe Fontoura, Moraes, filhos de Alfredo e Nelson Moraes, os Marques, filhos de Dico Marques, os Herbstrith, filhos de Juvencio Herbstrith e os Rosa, filhos de Damasceno da Rosa. De todos os 26 alunos da turma, o de nome Abilio L. de Carvalho permite uma progre

A espanhola

Há 100 anos a grande preocupação dos habitantes do município de Cachoeira era com o surto de gripe espanhola, ou influenza espanhola, a epidemia mais mortal da história. No Brasil, nos dois anos em que ela grassou, morreram dezenas de milhares de pessoas, dentre elas o presidente da República, Rodrigues Alves. Por sua rápida e abrangente disseminação, a gripe espanhola foi reconhecida como pandemia. O jornal O Commercio  daquele ano de 1918, em sua edição de 6 de novembro, traz uma coluna intitulada Influenza hespanhola? O Commercio - 6-11-1918, p. 1 Influenza? Positivamente sim. Hespanhola? cremos que não. Porque, na verdade, a molestia que Cachoeira hospeda, desde alguns dias, em nada difere da nossa conhecida grippe de todos os annos. E' essa, pelo menos, a opinião do corpo medico local. A molestia que recebeu na Europa o nome de influenza hespanhola e correu o velho continente fazendo uma larga colheita de vidas perdeu, ao passar para a America, o seu poder agg

Indústrias e profissões na Cachoeira de 1891

Cachoeira em 1891 tinha na agricultura, no comércio e na prestação de serviços farta fonte de recursos para a Junta Municipal, como era chamada a comissão de cidadãos que gerenciava a vida político-administrativa e os negócios municipais no momento que sucedeu a proclamação da República (15 de novembro de 1889). O Mercado Público, ao centro da Praça José Bonifácio, com seus quase dez anos de funcionamento, oferecia uma numerosa gama de produtos e serviços aos seus frequentadores, polo que atraía os moradores da zona colonial e outras do interior do município, pulsando em conversas animadas, negócios e apregoações. Na indústria, destaque para as cervejarias, tamancarias, fábricas de sabão, de banha, de melado  e rapaduras. Na organização administrativa e burocrática, no setor das finanças municipais, então denominado de Seção de Recebedoria e Pagadoria, vários livros de registro de receita e despesa recebiam todas as anotações necessárias para garantir o efetivo controle de entra