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Mostrando postagens de junho, 2017

Onde está Roldão?

A documentação resguardada pelo Arquivo Histórico guarda um cabedal imenso de informações de toda ordem, oferecendo um universo de possibilidades para conhecimento da vida da cidade em diferentes períodos históricos. Mas engana-se quem pensa que a natureza da documentação seja apenas de caráter administrativo. É certo que esta tipologia é dominante, mas existem muitos outros gêneros, alguns deles constituindo-se em veículos que permitem um mundo de divagações. Então, não só de assuntos administrativos, contábeis e de ordem legal tratavam os intendentes (administradores municipais ao tempo da Intendência - 1892 a 1930). Caíam sobre a sua mesa todo tipo de solicitação, como a carta de uma saudosa esposa atrás de informações do marido: Carta da esposa de Roldão - IM/S/SE/CR-Caixa 3 - Acervo documental Arquivo Histórico Ill.mo S-nr                     Intendente 30 Setembro 1926 Pesso por favor para o S-r me mandar noticias de meo marido João Roldão que é joque ahi em cach

Matadouros e açougues

Nestes tempos em que o mercado de carnes tem sido alvo de discussões em razão das medidas sanitárias cobradas para o setor, fica-se a pensar que agora as exigências são maiores. Certamente, pelo avanço científico, muitas práticas aceitas no passado hoje são condenadas e as adequações são sempre necessárias para garantir a qualidade dos produtos e a seriedade dos que os ofertam aos consumidores.  As Posturas Municipais adotadas em 20 de fevereiro de 1895, durante a administração do intendente David Soares de Barcellos, em seu capítulo XV, que trata de matadouros e açougues, dizem o seguinte: Art. 131 - Os matadouros particulares serão situados nos lugares que a Intendencia designar; a carne sera conduzida com a necessaria limpeza para o acougue em que tem de ser talhada, e todo serviço sujeito á immediata inspeção dos agentes, os quaes communicarão a Intendencia qualquer irregularidade prejudicial a salubridade publica, afim de ser o marchante punido com a pena de 30$000 rs de

Corpo de Deus

A comunidade católica realiza a festa religiosa de Corpus Christi (Corpo de Cristo, em latim) para celebrar o mistério da eucaristia e como a hóstia representa o corpo e o sangue de Cristo. A festa é marcada no calendário 60 dias depois do Domingo de Páscoa, ou na quinta-feira seguinte ao domingo que celebra a Santíssima Trindade, aludindo à Quinta-feira Santa, quando Jesus instituiu o sacramento da eucaristia. As cidades de tradição portuguesa, como é o caso de Cachoeira, costumam marcar o dia de Corpus Christi confeccionando tapetes em lugares públicos por onde costumam passar os fiéis na procissão religiosa.  Há 100 anos, a imprensa, através do jornal O Commercio , não falava em tapetes pelas ruas, mas ressaltava a  beleza e bom gosto de ornamentação nos quatro altares erguidos pelo trajeto.   Notava-se, também, o grande envolvimento das entidades e associações religiosas, bem como das autoridades municipais.  Notícia publicada n' O Commercio - Coleção de Impren

Do tempo dos lampiões

Há muito tempo atrás, quando a luz elétrica ainda não havia chegado por aqui, os recursos para iluminação das casas e ruas eram as lamparinas e lampiões. Nas ruas principais da cidade, havia maior profusão de lampiões, rareando os focos de luz conforme os caminhos conduziam para os arrabaldes. Registros fotográficos dos últimos lampiões - fototeca Museu Municipal Em 1911, um recibo do tesoureiro da Intendência da Cachoeira atesta que havia sido gasta a quantia de quinze mil e quinhentos réis com o trabalho de acendimento dos nove lampiões da avenida na Praça José Bonifácio, no período dos 31 dias do mês de julho, ao custo de 500 réis por noite. O acendedor, que se chamava João José Rodrigues, era também o jardineiro da Intendência. Provavelmente, para engrossar os rendimentos de jardineiro, João José se desdobrava trabalhando também à noite no acendimento dos lampiões... Recibo de pagamento do acendedor de lampiões - IM/RP/SF/D-102 Aliás, os lampiões desapareceram no te