Pular para o conteúdo principal

A importância de recolher e repassar documentos


Arquivos históricos são espaços de memória e podem abrigar os mais diferentes tipos de documentos, tanto os produzidos pelo poder público quanto por pessoas físicas ou jurídicas.
O Arquivo Histórico de Cachoeira do Sul é o guardião da documentação produzida pelo Município de Cachoeira do Sul desde a sua emancipação político-administrativa, ocorrida em 26 de abril de 1819 e consumada em 5 de agosto de 1820.
Vez ou outra a equipe do Arquivo Histórico tem a satisfação de ver pessoas preocupadas em resguardar a memória de sua geração, o que é traduzido através da doação de documentos que não raro passam a compor o mosaico que é a vida cotidiana de uma cidade e que contribuem para a reconstituição de períodos históricos.
Recentemente houve a doação de um raro álbum produzido em 1905, inédito no acervo do Arquivo Histórico, intitulado Álbum do Rio Grande do Sul, organizado por Carlos A. Reis. 

Álbum do Rio Grande - 1905
- acervo do Arquivo Histórico
Pois este álbum foi retirado do lixo, entregue ao Arquivo Histórico e salvo para a posteridade por Délcia Regina Fontoura. O precioso álbum traz informações sobre personalidades rio-grandenses, algumas delas significativas porque entraram para a nossa história, como Borges de Medeiros, por exemplo. Deste álbum saiu também a fotografia de um patrono de rua em Cachoeira, cujo rosto não era conhecido pela pesquisadora Mirian Ritzel, responsável pela coluna As Ruas da Cidade, do Jornal do Povo.

O jovem Borges de Medeiros - Álbum do Rio Grande
- acervo Arquivo Histórico

Como se vê, recolher documentos, mesmo que do lixo, pode ser importantíssimo para preencher o imenso quebra-cabeça que é a história de uma cidade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Casa da Aldeia: uma lenda urbana

Uma expressão que se tornou comum em nossos dias é a da "lenda urbana", ou seja, algo que costuma ser afirmado pelas pessoas como se verdade fosse, no entanto, paira sobre esta verdade um quê de interrogação!  Pois a afirmação inverídica de que a Casa da Aldeia é a mais antiga da cidade é, pode-se dizer, uma "lenda urbana". Longe de ser a construção mais antiga da cidade, posto ocupado pela Catedral Nossa Senhora da Conceição (1799), a Casa da Aldeia, que foi erguida pelo português Manoel Francisco Cardozo, marido da índia guarani Joaquina Maria de São José, é mais recente do que se supunha. Até pouco tempo, a época tida como da construção da casa era dada a partir do requerimento, datado de 18 de abril de 1849, em que Manoel Francisco Cardozo: querendo elle Suppl. Edeficar umas Cazas no lugar da Aldeia ecomo Alli seaxe huns terrenos devolutos na Rua de S. Carlos que faz frente ao Norte efundos ao Sul fazendo canto ao este com a rua principal cujo n

Hospital da Liga - uma obra para todos

Interessante recobrar a história de construção do Hospital da Liga Operária, o gigante do Bairro Barcelos, que se ergueu sob a batuta do maestro do operariado cachoeirense: o vereador José Nicolau Barbosa. E justamente agora que o município planeja desapropriá-lo para nele instalar o sonhado curso de medicina. José Nicolau Barbosa apresentando a obra do Hospital da Liga Operária - Acervo familiar O sonho do Nicolau, como ficou conhecido o empenho que aplicou sobre a obra, nunca chegou a se realizar, uma vez que a edificação não pôde ser usada como hospital. Ainda assim, sem as condições necessárias para atendimento das exigências médico-sanitárias, o prédio de três andares vem abrigando a Secretaria Municipal de Saúde. Mesmo desvirtuado de seu projetado uso original, mantém o vínculo com o almejado e necessário atendimento da saúde do trabalhador cachoeirense. O Jornal do Povo , edição de 1.º de março de 1964, traz uma entrevista com José Nicolau Barbosa, ocasião em que a reportagem do

Bagunça na 7

Em 1870, quando a moral e os bons costumes eram muito mais rígidos do que os tempos que correm e a convivência dos cidadãos com as mulheres ditas de vida fácil era muito pouco amistosa, duas delas, Rita e Juliâna, estavam a infernizar moradores da principal e mais importante artéria da Cidade da Cachoeira. Diante dos "abusos" e das reclamações, chegou ao subdelegado de polícia da época, Francisco Ribeiro da Foncêca, um comunicado da Câmara Municipal para que ele tomasse as necessárias providências para trazer de volta o sossego aos moradores. Rua 7 de Setembro no século XIX - fototeca Museu Municipal A solicitação da Câmara, assinada pelo presidente Bento Porto da Fontoura, um dos filhos do Comendador Antônio Vicente da Fontoura, consta de um encadernado do Fundo Câmara Municipal em que o secretário lançava o resumo das correspondências expedidas (CM/S/SE/RE-007), constituindo-se assim no registro do que foi despachado. Mais tarde, consolidou-se o sistema de emitir as corresp