Pular para o conteúdo principal

A iluminação pública e o acendedor de lampiões

Iluminar as vias públicas era tarefa trabalhosa antes do advento da eletricidade e um profissional era muito importante nessa atividade: o acendedor de lampiões.
Quando a noite caía sobre Cachoeira, aqui também esse profissional entrava em cena, produzindo o milagre de clarear um pouco as ruas escuras, distribuindo pelos postes existentes a chama que servia de guia para os transeuntes que se aventuravam em passeios noturnos.
Em 1881, a Câmara Municipal, responsável pela administração, organização e disciplinamento da vida na cidade da Cachoeira, recebeu do governo da Província a doação de 40 lampiões e os respectivos pertences: duas latas de conduzir querosene, que era o combustível utilizado; dois funis e duas escadas.

Acendedor de lampiões com escada e querosene
- imagem: www.revistadehistoria.com.br
A fim de desempenhar sua importante função, o acendedor saía pelas ruas carregando a escada e o querosene. Sua rotina era percorrer as ruas, dirigindo-se aos lampiões de forma a acendê-los um a um. O serviço começava ao entardecer e somente era concluído já com noite alta. No outro dia, ao amanhecer, lá se ia o acendedor de lampiões conferir se havia algum poste que conservava a chama do lampião acesa, apagando-a. 
A profissão de acendedor de lampiões faz parte do passado, como tantas outras que cederam ao avanço da tecnologia, mas ainda podem ser dimensionadas em sua importância graças aos documentos e registros históricos que delas ficaram.
Lampião à esquerda do Paço Municipal
- fototeca do Museu Municipal
Lampião em prédio da Rua Sete de Setembro
- fototeca do Museu Municipal
Documento do acervo do Arquivo Histórico
- CM/S/SE/CR-007


Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Casa da Aldeia: uma lenda urbana

Uma expressão que se tornou comum em nossos dias é a da "lenda urbana", ou seja, algo que costuma ser afirmado pelas pessoas como se verdade fosse, no entanto, paira sobre esta verdade um quê de interrogação!  Pois a afirmação inverídica de que a Casa da Aldeia é a mais antiga da cidade é, pode-se dizer, uma "lenda urbana". Longe de ser a construção mais antiga da cidade, posto ocupado pela Catedral Nossa Senhora da Conceição (1799), a Casa da Aldeia, que foi erguida pelo português Manoel Francisco Cardozo, marido da índia guarani Joaquina Maria de São José, é mais recente do que se supunha. Até pouco tempo, a época tida como da construção da casa era dada a partir do requerimento, datado de 18 de abril de 1849, em que Manoel Francisco Cardozo: querendo elle Suppl. Edeficar umas Cazas no lugar da Aldeia ecomo Alli seaxe huns terrenos devolutos na Rua de S. Carlos que faz frente ao Norte efundos ao Sul fazendo canto ao este com a rua principal cujo n...

Instituto Estadual de Educação João Neves da Fontoura - 90 anos

O mês de maio de 2019 está marcado por um momento significativo na história da educação de Cachoeira do Sul. No dia 22, o Instituto Estadual de Educação João Neves da Fontoura chegou aos seus 90 anos carregando, neste transcurso de tempo, desafios, dificuldades e conquistas. Muitas crianças e jovens passaram por seus bancos escolares, assim como professores e servidores dedicados à desafiadora tarefa educativa. A história do João Neves, como popularmente é chamado aquele importante educandário, tem vínculos enormes com seu patrono. Em 1929, quando a instituição foi criada com o nome de Escola Complementar, o Dr. João Neves da Fontoura era vice-presidente do estado e há pouco havia concluído uma gestão de grandes obras como intendente de Cachoeira.  Em 1927, ano em que Borges de Medeiros resolveu criar escolas complementares no estado para a formação de alunos-mestres, imediatamente João Neves empenhou-se para que uma destas escolas fosse instalada em Cachoeira, município p...

Série: Centenário do Château d'Eau - as esculturas

Dentre os muitos aspectos notáveis no Château d'Eau estão as esculturas de ninfas e Netuno. O conjunto escultórico, associado às colunas e outros detalhes que tornam o monumento único e marcante no imaginário e memória de todos, foi executado em Porto Alegre nas famosas oficinas de João Vicente Friedrichs. Château d'Eau - década de 1930 - Acervo Orlando Tischler Uma das ninfas do Château d'Eau - foto César Roos Netuno - foto Robispierre Giuliani Segundo Maria Júlia F. de Marsillac*, filha de João Vicente, com 15 anos o pai foi para a Alemanha estudar e lá se formou na Academia de Arte. Concluído o curso, o pai de João Vicente, Miguel Friedrichs, enviou-lhe uma quantia em dinheiro para que adquirisse material para a oficina que possuía em Porto Alegre. De posse dos recursos, João Vicente aproveitou para frequentar aulas de escultura, mosaico, galvanoplastia** e de adubos químicos, esquecendo de mandar notícias para a família. Com isto, Miguel Friedrichs pediu à polícia alemã...