Há exatos 60 anos perecia em pavoroso acidente de avião, no aeroporto de Bagé, o jovem e promissor político cachoeirense Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha, então no desempenho das importantes funções de Secretário de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul, no governo de Ildo Meneghetti. Pereceram com ele a esposa Jenny Figueiredo Vieira da Cunha, além de outras 38 pessoas que estavam a bordo do Curtiss-Comander C-46, prefixo PP-VCF, da Viação Aérea Riograndense - VARIG.
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Liberato S. Vieira da Cunha 20/12/1920 - 7/4/1957 - Arquivo particular João Carlos A. Mór |
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Jenny F. Vieira da Cunha 14/11/1922 - 7/4/1957 - Arquivo particular João Carlos A. Mór |
A Tremenda Catástrofe, como noticiou o Jornal do Povo, edição do dia 9 de abril de 1957, enlutou não somente as famílias, mas o próprio jornal, do qual Liberato e o irmão Paulo eram então diretores.
Por todos os recantos do estado e mesmo do país, o acidente produziu tristeza. De Bagé, os corpos foram levados para a capital. No salão nobre do Palácio Piratini, aconteceram exéquias oficiais, com missa celebrada por D. Vicente Scherer. Apesar da chuva que caía naquele 8 de abril, em Porto Alegre, grande acompanhamento teve o cortejo fúnebre até a estação Diretor Pestana, onde os ataúdes foram embarcados para Cachoeira do Sul.
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Capa do Jornal do Povo de 9/4/1957 - acervo de imprensa do Arquivo |
Por todos os recantos do estado e mesmo do país, o acidente produziu tristeza. De Bagé, os corpos foram levados para a capital. No salão nobre do Palácio Piratini, aconteceram exéquias oficiais, com missa celebrada por D. Vicente Scherer. Apesar da chuva que caía naquele 8 de abril, em Porto Alegre, grande acompanhamento teve o cortejo fúnebre até a estação Diretor Pestana, onde os ataúdes foram embarcados para Cachoeira do Sul.
O povo consternado pranteou a morte do Secretário de Educação, dizia a manchete de contracapa do Jornal do Povo de 9 de abril. Uma multidão superior a cinco mil pessoas, segundo a notícia, tributou homenagens derradeiras ao casal desaparecido, em Cachoeira. De Porto Alegre, vieram acompanhar o cortejo o arcebispo metropolitano, D. Luiz Vitor Sartori, o governador e seu secretariado. Houve discursos no pórtico da Igreja Matriz, onde foi celebrada missa de corpo presente pelo arcebispo, e no Cemitério das Irmandades, onde uma multidão tentara acompanhar os sepultamentos. Finalizou as manifestações, em nome das famílias Figueiredo e Vieira da Cunha, o jornalista e irmão de Liberato, Carlos Salzano Vieira da Cunha.
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Manchete do jornal O Comércio de 10/4/1957 - acervo de imprensa do Arquivo |
Na edição de O Comércio, de 10 de abril, a manchete dizia: Enlutada Cachoeira do Sul com o pavoroso acidente aviatório em Bagé. Na recepção aos corpos, na Estação Ferroviária, registrou: Cerca das 15 horas, um trem minuano duplo deu entrada na gare, trazendo os corpos do infortunado casal cachoeirense. Junto veio a comitiva oficial composta de um número aproximado de 100 pessoas, altas autoridades civis, militares e eclesiásticas. (...) Formou-se então, na Estação da Viação Férrea, o imenso cortejo fúnebre em direção à Matriz de N. Senhora da Conceição.
A carreira política de Liberato estava em ascensão. O jovem Secretário de Educação e Cultura era cogitado para candidato ao governo do estado após o mandato de Ildo Meneghetti. Mas quis o destino que tal não se concretizasse.
Cachoeira do Sul mandou erigir, e foi inaugurado no primeiro aniversário da morte do casal, um busto de Liberato, na Praça Dr. Balthazar de Bem, trabalho do conceituado escultor Fernando Corona. Também uma rua e uma escola têm Liberato Salzano como patrono. Jenny dá nome a uma escola na localidade de Forqueta.
Passados 60 anos do trágico acidente, o Arquivo Histórico, servindo-se de seu acervo de imprensa, buscou ilustrar um pouco da grande comoção que tomou conta da cidade, do estado e do país, repercutindo dolorosamente o desaparecimento de conterrâneos que ainda muito poderiam ter colaborado para os anseios de seus familiares, amigos e comunidade gaúcha.
(MR)
Cachoeira do Sul mandou erigir, e foi inaugurado no primeiro aniversário da morte do casal, um busto de Liberato, na Praça Dr. Balthazar de Bem, trabalho do conceituado escultor Fernando Corona. Também uma rua e uma escola têm Liberato Salzano como patrono. Jenny dá nome a uma escola na localidade de Forqueta.
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Busto na Praça Dr. Balthazar de Bem - obra de Fernando Corona |
Passados 60 anos do trágico acidente, o Arquivo Histórico, servindo-se de seu acervo de imprensa, buscou ilustrar um pouco da grande comoção que tomou conta da cidade, do estado e do país, repercutindo dolorosamente o desaparecimento de conterrâneos que ainda muito poderiam ter colaborado para os anseios de seus familiares, amigos e comunidade gaúcha.
(MR)
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