Muitas vezes os livros resguardados no Arquivo documentam histórias que extrapolam o seu propósito, ou melhor, guardam em suas páginas amareladas pelo tempo rabiscos que não deveriam estar ali... No afã da pesquisa, não raras são as vezes que surpresas interrompem a rotina do pesquisador, permitindo que ele fuja do objeto de seu trabalho para se lançar em divagações e suposições. Numa destas tão caras e importantes tarefas, eis que ao folhear um antigo livro de receita e despesa da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, ano 1834, a pesquisadora Ucha Mór localizou, dentre suas páginas, um bem dobrado bilhete escrito a lápis. Livro 2.º de Receita e Despesa da Irmandade do Rosário A caligrafia revela pessoa rudimentarmente iniciada no alfabeto. Trata-se de uma mulher de nome e tempo ignorados. Bilhete manuscrito a lápis Diz o bilhete mal traçado em um rasgo irregular de papel: quirido velinho eu te ispereito da a tarde e tu não apareseu eu acho que ja so esqueci...