Pular para o conteúdo principal

Melhoramentos urbanos

A década de 1920 foi uma das mais profícuas em melhoramentos urbanos na história de Cachoeira do Sul, resultado de um momento de grande crescimento econômico e de forças políticas trabalhando em uníssono.
São desse período a construção da primeira e da segunda hidráulicas, do Château d'Eau, do calçamento de trechos importantes no centro e bairros, do ajardinamento das principais praças e passeios públicos.

20 de setembro de 1921, inauguração da 1.ª Hidráulica
- Grande Álbum de Cachoeira, de Benjamin Camozato

Reservatório R2 , 2.ª Hidráulica, 1925
- fototeca Museu Municipal

Uma nota do pedreiro Pedro Simões, paga pela Intendência Municipal por diversos serviços prestados em outubro de 1926, dá mostra do grande canteiro de obras instalado em Cachoeira naquele tempo:

Diversos serviços de pedreiro executados para a Municipalidade, a saber:

Colégio Elementar:
10,5 m de calha coberta de tijollo a 5$000 .........................................     52$500
10,5 m de calha aberta de tijollo a 3$500 ...........................................    36$750
29,80 m de cordão de tijollo ao redor do pavilhão de gymnastica ..... 107$280

Reservatorio R2:
Mão de obra para a construcção de 3 escadas de alvenaria, collocação de uma placa de bronze grande e construcção da parede para a mesma e collocação de duas placas pequenas, bem como diversos reparos .................................................................................. 330$000

Filtros
Construcção de escada grande de alvenaria para os jardins ............ 180$000

"Château d'eau"
Construcção de 4 paredes toscas de pedra a 20$000 ......................... 80$000

Jardim junto á Intendencia
Construcção de um lago de paredes toscas de pedra ....................... 110$000
Mão de obra para quebrar varios blocos de pedra .........................   45$000
                                                                          TOTAL ................... 941$530
Jardim da Intendência
- fototeca Museu Municipal

Edifício do Fórum e do Colégio Elementar
- O Rio Grande do Sul, vol. II, de Alfredo R. da Costa, 1922
Boa parte das obras que os administradores do município executaram na efervescente década de 1920 está de pé até hoje. Pelo menos uma delas, o Reservatório R2, segue cumprindo sua função original. Esta é uma das razões pelas quais os movimentos de preservação da memória lutam para que os testemunhos da história não sejam perdidos, porque mais do que prédios e monumentos, eles são verdadeiros registros de uma época e de suas dificuldades e avanços.

(MR)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A enchente de 1941

As grandes enchentes de 2015 remetem o interesse para eventos climáticos semelhantes ocorridos em outras épocas. De imediato, a grande enchente de 1941, referência para a magnitude deste tipo de calamidade, vem para as rodas de conversa, recheia as notícias da imprensa e, já mais raramente, ainda encontra testemunhas oculares para darem suas impressões. O jornal O Commercio , edição do dia 14 de maio de 1941, constante da coleção de imprensa do Arquivo Histórico, traz na primeira página a repercussão da grande cheia, refere os prejuízos na economia, especialmente no setor orizícola, e dá ciência das primeiras providências das autoridades após a verificação dos estragos: Apezar das ultimas chuvas continúa baixando o nivel das águas Jamais o coração dos riograndenses se sentiram tão cheios de tristeza, de aflição, de tantas apreensões, como por ocasião dessa catástrofe imensamente incalculaveis nos prejuizos, estragos e fatalidades, derivados das incessantes e cerradas chuva...

Casa da Aldeia: uma lenda urbana

Uma expressão que se tornou comum em nossos dias é a da "lenda urbana", ou seja, algo que costuma ser afirmado pelas pessoas como se verdade fosse, no entanto, paira sobre esta verdade um quê de interrogação!  Pois a afirmação inverídica de que a Casa da Aldeia é a mais antiga da cidade é, pode-se dizer, uma "lenda urbana". Longe de ser a construção mais antiga da cidade, posto ocupado pela Catedral Nossa Senhora da Conceição (1799), a Casa da Aldeia, que foi erguida pelo português Manoel Francisco Cardozo, marido da índia guarani Joaquina Maria de São José, é mais recente do que se supunha. Até pouco tempo, a época tida como da construção da casa era dada a partir do requerimento, datado de 18 de abril de 1849, em que Manoel Francisco Cardozo: querendo elle Suppl. Edeficar umas Cazas no lugar da Aldeia ecomo Alli seaxe huns terrenos devolutos na Rua de S. Carlos que faz frente ao Norte efundos ao Sul fazendo canto ao este com a rua principal cujo n...

Hospital da Liga - uma obra para todos

Interessante recobrar a história de construção do Hospital da Liga Operária, o gigante do Bairro Barcelos, que se ergueu sob a batuta do maestro do operariado cachoeirense: o vereador José Nicolau Barbosa. E justamente agora que o município planeja desapropriá-lo para nele instalar o sonhado curso de medicina. José Nicolau Barbosa apresentando a obra do Hospital da Liga Operária - Acervo familiar O sonho do Nicolau, como ficou conhecido o empenho que aplicou sobre a obra, nunca chegou a se realizar, uma vez que a edificação não pôde ser usada como hospital. Ainda assim, sem as condições necessárias para atendimento das exigências médico-sanitárias, o prédio de três andares vem abrigando a Secretaria Municipal de Saúde. Mesmo desvirtuado de seu projetado uso original, mantém o vínculo com o almejado e necessário atendimento da saúde do trabalhador cachoeirense. O Jornal do Povo , edição de 1.º de março de 1964, traz uma entrevista com José Nicolau Barbosa, ocasião em que a reportagem do...