No dia 29 de junho de 1929, nasceu aquele que já entrou para a história como o mais longevo jornal cachoeirense: o Jornal do Povo. No entanto, a primeira edição saiu um dia depois da fundação, ou seja, em 30 de junho. Segundo a história, um pequeno contratempo impediu que o número 1 fosse à lume no dia 29, adiando em algumas horas que os fundadores Virgílio de Abreu e Mário Godoy Ilha vissem circular o primeiro JP, de seis páginas, e que trazia como manchete Successão presidencial, referindo a rápida passagem do Dr. Oswaldo Aranha por Cachoeira. Eram tempos em que Cachoeira recebia as mais diferentes lideranças da política estadual e nacional em razão da importância da figura de Borges de Medeiros, então recolhido à sua estância do Irapuazinho.
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Edição n.º 1 do Jornal do Povo - 30/6/1929 - Acervo de Imprensa do Arquivo Histórico |
O Jornal do Povo pertencia à Cachoeira Graphica Limitada, sociedade de quotas integralizadas por vários cidadãos que apoiavam a iniciativa dos fundadores. Suas edições eram bissemanais, ou seja, circulavam nas quartas-feiras e domingos, muito em razão do tipo de composição, que era manual, e impressão feita em máquina plana, aprontando duas páginas por vez.
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Cabeçalho da 1.ª edição do JP - 30/6/1929 - Acervo de Imprensa do Arquivo Histórico |
Em 1.º de outubro de 1944, o jornal foi adquirido pela firma Manoel Carvalho Portella & Cia. Ltda., integrada por Portella e Liberato Salzano Vieira da Cunha. Naquele mesmo ano, o irmão de Liberato, Paulo Salzano Vieira da Cunha, ingressou no Jornal do Povo. A partir de 1950, Liberato passou a dirigir sozinho a firma, época em que a circulação do jornal passou a ser diária.
Com a morte de Liberato Salzano Vieira da Cunha, em abril de 1957, a empresa foi adquirida por seu irmão Paulo que deu novos rumos ao Jornal do Povo.
O Jornal do Povo chega aos 90 anos sob a direção de quatro dos seis filhos do Chefe Paulo, como ele era carinhosamente chamado. Além da circulação impressa diária, o JP chega aos seus milhares de leitores também na forma digital, mantendo o compromisso da informação e da interação permanente com as questões que envolvem a comunidade de Cachoeira do Sul, como bem deixou expresso em seu primeiro editorial:
JORNAL DO POVO - não no sentido demagogico, mas no de pugnar incessantemente por seus legitimos intereses dentro da ordem, da fraternidade e da concordia, olhos fitos, especialmente, no desenvolvimento economico e, em geral, nos multiplos interesses da vida municipal, dos quaes depende o bem estar da população.
Parabéns, JP! O Arquivo Histórico orgulha-se em disponibilizar sua coleção à comunidade.
MR
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