Pular para o conteúdo principal

Arquivo rumo aos 35 anos: fatias desta história I

No ano em que o Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul chega aos seus 35 anos de criação, é importante relembrar ações que ajudaram a consolidar e a instrumentalizar a instituição no cumprimento de suas atribuições.
 
Há 25 anos, o editor de cultura do Jornal do Povo, jornalista Mário Martins, entregou à então diretora do Arquivo Histórico, Professora Lúcia Fogliatto Homrich, alguns livros que pertenceram a Paulo Salzano Vieira da Cunha, diretor e proprietário daquele órgão de imprensa.

Nas páginas do próprio Jornal do Povo, edição de 28 e 29 de junho de 1997, comemorativa aos 68 anos de fundação do jornal, a notícia:

AH recebe arquivo do Chefe Paulo
No momento em que completa seus 68 anos, o Jornal do Povo fez uma doação de materiais de valor inestimável para a Família JP. O editor de Cultura do jornal, Mário Martins, fez a entrega ao Arquivo Histórico Municipal de livros que faziam parte do acervo particular de Paulo Salzano Vieira da Cunha. Em vida, o chefe Paulo manifestou seu desejo de que as obras fossem repassadas à pessoa ou entidade que se preocupasse com a preservação literária da História do Município.
ARQUIVO PESSOAL - Mário Martins doou dois painéis fotográficos registrados pelo antigo Studio Aurora e cinco livros dos anos 20, 30 e 40. 
O pacote contava com exemplares do "Guia Geral do Município de Cachoeira do Sul", "Cachoeira Histórica e Informativa", de autoria de Manoel Carvalho Portela, um dos fundadores do JP, "Álbum Comemorativo da Passagem do Primeiro Centenário de Cachoeira  - 1859/1959", "Fase da História do Município de Cachoeira do Sul" e "Grande Álbum de Cachoeira do Sul".
Os historiadores, estudantes e comunidade contam, agora, com mais uma fonte de estudos e pesquisa.


Documentário do Arquivo Histórico registrando a doação que o JP publicou em sua
edição comemorativa de 68 anos - 28 e 29/6/1997, p. 35



Algumas das obras doadas pelo Chefe Paulo, integrantes da biblioteca do AH


Assim como Paulo Salzano Vieira da Cunha desejou, em vida, que estas importantes obras fossem doadas para uma instituição de memória, reconhecendo a relevância da preservação da nossa história, outras entidades e pessoas fizeram e fazem o mesmo, delegando ao Arquivo Histórico e ao Museu Municipal a tarefa de auxiliarem na conservação e difusão da história de Cachoeira do Sul. O Arquivo Histórico, através de seus documentos, e o Museu Municipal, por meio de objetos e fotos, têm cumprido este papel há muito tempo, dando orgulho a Cachoeira do Sul.

Antes de jogar um documento, um livro, uma fotografia ou um objeto relevante na lata do lixo, pense que ele pode se constituir em uma importante peça para ajudar a contar a nossa história.

MR

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Casa da Aldeia: uma lenda urbana

Uma expressão que se tornou comum em nossos dias é a da "lenda urbana", ou seja, algo que costuma ser afirmado pelas pessoas como se verdade fosse, no entanto, paira sobre esta verdade um quê de interrogação!  Pois a afirmação inverídica de que a Casa da Aldeia é a mais antiga da cidade é, pode-se dizer, uma "lenda urbana". Longe de ser a construção mais antiga da cidade, posto ocupado pela Catedral Nossa Senhora da Conceição (1799), a Casa da Aldeia, que foi erguida pelo português Manoel Francisco Cardozo, marido da índia guarani Joaquina Maria de São José, é mais recente do que se supunha. Até pouco tempo, a época tida como da construção da casa era dada a partir do requerimento, datado de 18 de abril de 1849, em que Manoel Francisco Cardozo: querendo elle Suppl. Edeficar umas Cazas no lugar da Aldeia ecomo Alli seaxe huns terrenos devolutos na Rua de S. Carlos que faz frente ao Norte efundos ao Sul fazendo canto ao este com a rua principal cujo n

Hospital da Liga - uma obra para todos

Interessante recobrar a história de construção do Hospital da Liga Operária, o gigante do Bairro Barcelos, que se ergueu sob a batuta do maestro do operariado cachoeirense: o vereador José Nicolau Barbosa. E justamente agora que o município planeja desapropriá-lo para nele instalar o sonhado curso de medicina. José Nicolau Barbosa apresentando a obra do Hospital da Liga Operária - Acervo familiar O sonho do Nicolau, como ficou conhecido o empenho que aplicou sobre a obra, nunca chegou a se realizar, uma vez que a edificação não pôde ser usada como hospital. Ainda assim, sem as condições necessárias para atendimento das exigências médico-sanitárias, o prédio de três andares vem abrigando a Secretaria Municipal de Saúde. Mesmo desvirtuado de seu projetado uso original, mantém o vínculo com o almejado e necessário atendimento da saúde do trabalhador cachoeirense. O Jornal do Povo , edição de 1.º de março de 1964, traz uma entrevista com José Nicolau Barbosa, ocasião em que a reportagem do

Bagunça na 7

Em 1870, quando a moral e os bons costumes eram muito mais rígidos do que os tempos que correm e a convivência dos cidadãos com as mulheres ditas de vida fácil era muito pouco amistosa, duas delas, Rita e Juliâna, estavam a infernizar moradores da principal e mais importante artéria da Cidade da Cachoeira. Diante dos "abusos" e das reclamações, chegou ao subdelegado de polícia da época, Francisco Ribeiro da Foncêca, um comunicado da Câmara Municipal para que ele tomasse as necessárias providências para trazer de volta o sossego aos moradores. Rua 7 de Setembro no século XIX - fototeca Museu Municipal A solicitação da Câmara, assinada pelo presidente Bento Porto da Fontoura, um dos filhos do Comendador Antônio Vicente da Fontoura, consta de um encadernado do Fundo Câmara Municipal em que o secretário lançava o resumo das correspondências expedidas (CM/S/SE/RE-007), constituindo-se assim no registro do que foi despachado. Mais tarde, consolidou-se o sistema de emitir as corresp