As marcas de gado, feitas a ferro quente, há séculos são utilizadas para definir a propriedade dos animais. Cada criador, portanto, precisa registrar junto às autoridades a sua própria marca, de forma que legalmente fica o sinal reconhecido.
Há no acervo documental do Arquivo Histórico livros de registros de marcas dos criadores locais desde o século XIX (1851) até o XX (1970). Por ocasião do registro, o escrivão tinha que desenhar no lugar específico o sinal adotado pelo criador. São muito interessantes os sinais empregados e bastante comum o uso das iniciais do proprietário do gado na marca registrada.
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Algumas marcas do século XIX em Cachoeira - CM/S/SE/RM-001 - foto Cristianno Caetano |
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Circular - 24/10/1882 - CM/DA/Ofícios - Caixa 7 |
Marcas de gado interessam pesquisadores que recorrem ao acervo documental do Arquivo Histórico, como é o caso de Helmuth Weibben, que veio pela primeira vez em 2020, retornando no início de 2022.
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Pesquisador Helmuth Weibben - 2020 |
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Pesquisador Helmuth Weibben - 2022 |
A marcação do gado é indispensável para o criador não só para identificar a propriedade do rebanho, como para quem quer trabalhar com exportação. Modernamente, ganhou outros sistemas que permitem inclusive o rastreamento do animal. As formas mais usuais são o emprego de brincos e colares, persistindo ainda a marcação a ferro, devendo ser o instrumento de gravação de aço inoxidável e a aplicação feita na perna ou abaixo do ventre do animal. Na face não é recomendada a aplicação da marca, pois o incômodo da rês é maior.
Como se vê, o tempo trouxe evoluções e outras preocupações para os criadores, mas nem assim a velha marca do ferro em brasa deixou de ser utilizada.
MR
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