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Do Auto-bonde ao Mais Rápido - Veículos de História

Em 1909, com o Ato n.º 83, de 12 de outubro, Isidoro Neves da Fontoura, Intendente do Município de Cachoeira, concede a Guilherme Döring o direito à construção, uso e gozo de uma linha de bonde do Porto desta cidade à Estação da Estrada de Ferro e quaisquer outros pontos da zona urbana e suburbana. Apesar da concessão feita, não há registros do funcionamento da mencionada linha.
O Sr. Rodrigo Martinez, em 1919, inaugura empresa de transporte coletivo com auto-bondes com bancos de madeira, com assento para dezoito a vinte pessoas.
Em 1925, João Noronha de Bem coloca em tráfego, nesta cidade, dois auto-bondes, sendo um com bancos comodamente acolchoados.
A Firma J. Budiansky & Cia., estabelecida na cidade com agência de Corretagem e Comissões, coloca em tráfego, em 13 de junho de 1928, um auto-bonde, com circulação entre os extremos norte e sul da cidade. Ainda em 1928, J. Budiansky adquiriu, em Porto Alegre, o auto-ônibus de luxo denominado Itapuca, ficando assim dois veículos em tráfego na cidade.
Transferindo sua residência de Agudo para Cachoeira, José König, em agosto de 1930, inaugura nesta cidade um serviço de transporte coletivo urbano, colocando à disposição da população um auto-bonde com trajeto entre a Praça Balthazar de Bem e o Cemitério Municipal, fazendo também viagens extraordinárias até a Vila Oliveira.*
Juntamente com o Sr. José König, o Sr. Martim Comasseto também possuía dois auto-bondes que faziam o mesmo trajeto e, em novembro de 1931, o Sr. Comasseto inaugura uma linha de auto-bonde para o Alto do Amorim, até os trilhos da Viação Férrea.
A Prefeitura Municipal e o Sr. Theodoro Costa assinam, em 2 de março de 1934, o contrato que, de acordo com despacho proferido em dezembro de 1932, concede ao Sr. Theodoro Costa o direito à exploração do transporte de passageiros, nesta cidade, em auto-ônibus.

Empresa Theodoro Costa

Em março de 1944, é noticiado que Lourenço Anversa S/A compra a empresa de Theodoro Costa e, em julho de 1945, a nova empresa adquire um luxuoso e confortável ônibus com lugares para trinta e três passageiros.
Por Decreto-Lei n.º 62, de 11 de julho de 1947, Mário Godoy Ilha, Prefeito Municipal, declara de utilidade pública o serviço de transporte coletivo de passageiros.
João Carlos Schmidt, comerciante estabelecido à Avenida Brasil, em início de 1947, proprietário da então empresa Marabá, assume a exploração do serviço de transporte coletivo. A empresa Marabá, para melhor atender à população, possuía também quatro caminhonetas-lotação.
No intuito de também oferecer à comunidade o serviço de auto-lotação, Rafik Germanos inaugura em Cachoeira, em novembro de 1951, tal serviço, colocando à disposição da comunidade duas caminhonetas-lotação.
A partir de 8 de maio de 1954, a Empresa Nossa Senhora das Graças, assume o serviço de transporte coletivo com cinco ônibus e quatro caminhonetas-lotação.

Ônibus na Rua Sete de Setembro - Fototeca Museu Municipal

Atualmente o serviço de transporte coletivo continua sendo feito pela Empresa Nossa Senhora das Graças.

*Hoje, Bairro Oliveira.

Fonte: Informativo n.º 9, Ano 5, do Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul, janeiro/julho 2001.



Comentários

  1. Em 1948, aos domingos, eu e meu irmão costumávamos "tomar" o ônibus na Praça Balthazar de Bem e íamos até o fim da linha, no Hotel União. Nossos companheiros de "viagem" eram os vizinhos, Martha Helena e Theobaldo Becker.

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