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Mostrando postagens de 2020

Votos natalinos

 A Equipe do Arquivo Histórico agradece a sua companhia ao longo de 2020, almejando-lhe um Feliz Natal e esperando contar com sua companhia e incentivo no novo ano!

Adeus, Osni Schroeder!

Com profundo pesar a equipe do Arquivo Histórico comunica o falecimento do arquiteto Osni Schroeder, um dos grandes defensores da cultura do município e especialmente devotado e reconhecido às ações de difusão da memória histórica empreendidas por nossa instituição. Osni Schroeder na TV Cachoeira - 15/12/2020 Osni, dentre outras causas, dedicou-se sobremaneira à recuperação da Ponte de Pedra, liderando o movimento de voluntários que a recuperou depois de perda significativa de sua estrutura em 2010. Seu nome está associado a todas as últimas iniciativas de restauro de bens do nosso patrimônio histórico-cultural, como o Paço Municipal, o Château d'Eau, a antiga União de Moços Católicos e, mais recentemente, o Cine-Teatro Coliseu, em cujo trabalho de revitalização a morte veio colhê-lo. Também estava na linha de frente de criação do Museu de Arte Sacra. Osni (à direita) no dia da inauguração do restauro do Château d'Eau - 25/3/2017 Osni Schroeder foi um incansável defensor da cri

Um carro para a Intendência

A Intendência Municipal de Cachoeira adquiriu há 95 anos um flamante automóvel Dodge Brothers, tipo touring, mais uma lata de gasolina por quatorze contos e quinhentos e dezoito mil réis (14:518$000). O negócio foi fechado com a revenda Danrée & Cia., de Porto Alegre, em 21 de dezembro de 1925.  Dodge Brothers Touring 1925 - Pinterest Nota da compra do automóvel Dodge Brothers - IM-RP-SF-P Toda a documentação relativa à compra do automóvel chegou aos nossos dias compondo uma portaria ao tesoureiro, ou seja, o documento que autorizava o pagamento das despesas. Com a portaria, uma série de faturas discriminando os itens adquiridos e os valores correspondentes. Dentre elas, algumas expedidas pela firma Barcellos, Garcia & Cia., também de Porto Alegre, agentes Chevrolet, que registravam a comercialização de todo tipo de acessório para o automóvel, bem como gasolina, querosene e itens para limpeza, incluindo 10 lavagens. O valor devido pela Intendência a Barcellos, Garcia & Cia.

Hospital de Isolamento - 1922

Em 1922, um novo foco de peste bubônica pôs em alerta as autoridades municipais, assim como incidência de casos de varicela. Uma das providências tomadas, pelo receio de epidemia, foi a construção de um hospital de isolamento. A iniciativa de 1922 coincide com as medidas tomadas em 2020, quando em razão da pandemia da Covid-19 o município montou um hospital de campanha. Hospital de Campanha Covid-19 - Arquivo TV Cachoeira Novo Tempo A respeito do estado sanitário da cidade, o jornal O Commercio,  de 8 de agosto de 1922, publicou o seguinte: Peste bubonica --- 8 casos fataes --- As providencias tomadas evitam a propagação do mal Varias notas Ha dias irrompeu na cidade, com caracter alarmante, a terrivel peste bubonica, sob a fórma pneumonica. Dado o numero de casos fataes que se vinham verificando diariamente, a população ficou tomada de panico, a ponto de algumas familias se retirarem para fóra da cidade. A molestia, que irrompera em uns cortiços da parte oeste da cidade, no local deno

Matadouro modelo

Todo ano o intendente do município tinha que prestar contas de seu mandato ao Conselho Municipal, similar à Câmara de Vereadores de nossos dias. No relatório, todas as ações, iniciativas, obras, melhoramentos, despesas e investimentos tinham que ser informados. Os relatórios eram geralmente impressos, mas também publicados na imprensa para serem dados ao conhecimento público.  No relatório apresentado pelo intendente José Carlos Barbosa, na sessão ordinária do Conselho Municipal realizada em 20 de setembro de 1929 (IM/GI/AB/Re-006, pp. 27 e 28), um dos assuntos de destaque foi o Matadouro Municipal. Havia preocupação com o abate de animais e as questões de higiene:  Com o intuito de dotar a cidade de um matadouro modelo, onde as prescrições de higiene fossem rigorosamente observadas, acautelando a saude da população, a administração anterior pretendeu construir um matadouro modelo, tendo mandado organisar um projecto que attendia perfeitamente ao fim collimado. Em seguida, foram public

Livro Cachoeira do Sul #belaquesóela

O livro Cachoeira do Sul #belaquesóela em breve estará nas bancas.  Acompanhe o vídeo promocional de Renato Thomsen: https://www.youtube.com/watch?v=8MHBAeD9hPk&feature=youtu.be

A primeira eleição em Cachoeira

Para a instalação da Vila Nova de São João da Cachoeira alguns requisitos eram obrigatórios, sendo um deles a eleição dos três vereadores, aqueles que iriam dirigir os destinos do novo município. Joaquim Bernardino de Senna Ribeiro da Costa, o ouvidor geral e corregedor da Comarca de São Pedro e Santa Catarina que foi encarregado de proceder à instalação da Vila, foi quem dirigiu a eleição e empossou os eleitos, ficando o ato registrado no livro primeiro da Câmara (CM/OF/TA-008), com o título de Auto de publicação da eleição dos Vereadores, e mais Oficiais, que hão de servir o presente ano de mil oitocentos e vinte* : Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e vinte, aos cinco dias do mês de agosto do dito ano, nesta Vila Nova de São João da Cachoeira, e Casas da Câmara dela, onde se achava o Doutor Joaquim Bernardino de Senna Ribeiro da Costa, Ouvidor Geral, e Corregedor da Comarca comigo Escrivão, Nobreza, e Povo; e sendo aí depois de se proceder à eleição na

Garrafas compram ambulância

O Hospital de Caridade tem uma história de envolvimento com a comunidade desde o tempo da idealização e construção do primeiro prédio, hoje sede da Escola de Saúde. Campanhas comunitárias das mais variadas modalidades, desde chás, almoços, rifas e outras serviram como molas propulsoras da sua história de crescimento e qualificação, sendo responsáveis pelo erguimento também do segundo prédio, inaugurado em 1940, e de tantas outras melhorias até os nossos dias. Construção do 2.º prédio do Hospital (vista dos fundos) - Museu Municipal Pois em 1941, eis que mais uma vez a comunidade uniu-se para aquisição de uma ambulância, iniciativa coordenada por um grupo de senhoras. A auto-ambulância, como era então chamada, constituía-se em uma das mais prementes necessidades exigidas atualmente nesta cidade, pois para isso já possuímos um dos melhores hospitais do Estado e quiçá do paiz, dizia O Comércio de 1.º de outubro de 1941. A campanha, denominada Pró auto-ambulância, visava resolver a precar

Inauguração da Hidráulica Municipal - 18/10/1925

O dia 18 de outubro de 1925 foi marcado para a realização dos testes de funcionamento dos equipamentos empregados na captação, tratamento e distribuição de água do sistema implantado na segunda hidráulica. As obras, executadas pela firma Silveira, Soares & Cia., seguiam projeto do famoso engenheiro sanitarista Dr. Saturnino de Brito. Dr. Saturnino de Brito - www.12senado.leg.br Iniciadas em 1923, quando houve o assentamento dos condutos do esgoto em ruas principais, as obras de saneamento projetadas por Saturnino de Brito se estenderam até 1925, sendo a inauguração da segunda hidráulica, chamada de Hidráulica Municipal, o coroamento desse importante e imprescindível projeto. Coube a João Neves da Fontoura, vice-intendente em exercício, a conclusão e inauguração das obras implantadas na administração do intendente Francisco Fontoura Nogueira da Gama. Chico Gama, como era chamado, afastou-se da administração municipal por motivos de saúde, falecendo em 1927. Curiosamente a ata da sol

Locomóveis

A partir de 1906, com o grande incremento que as lavouras de arroz tiveram a partir do uso da irrigação artificial, os produtores começaram a empregar outros equipamentos, conscientes do quanto a técnica aperfeiçoava a produção. Uma interessante matéria publicada no jornal Rio Grande  em 19 de outubro de 1911, além de revelar o momento de progresso pelo qual a cidade passava, oferece a excepcional possibilidade de datar foto existente no acervo do Museu Municipal. Vamos à matéria: Locomoveis - Devido ao grande desenvolvimento da lavoura em nosso prospero municipio, a venda de machinas e utensilios agrarios tem augmentado consideravelmente. Ha poucos dias desembarcaram na estação ferro-viario [sic] 3 possantes locomoveis da afamada fabrica "Lanz" comprados da casa Bromberg por intermedio da casa Josè Müller & Cia. desta cidade. O primeiro desembarcado tem a força de 21 cavallos e foi adquirido pelos srs. Xavier & Moura; e o segundo de força de 42 cavallos foi adquirido

Trajes inadequados na Igreja

Com a chegada da primavera e a natural elevação das temperaturas a partir de outubro, a indumentária das pessoas vai sendo reduzida em quantidade, espessura e tamanho. As lãs são abolidas, dando lugar aos tecidos leves; os casacos e toda sorte de acessórios do frio voltam para dentro dos armários.  Se os tempos atuais não causam surpresas quanto a alguns exageros, em tempos mais remotos o trajar das pessoas era muitas vezes patrulhado, resultando em observância rígida de padrões de comportamento para livre acesso a determinados lugares. Por exemplo, houve tempos em que os homens deveriam obrigatoriamente usar chapéus, com regras para tirá-los da cabeça toda vez que adentrassem em ambiente fechado. Hoje, quando a maioria dos adolescentes usa bonés no lugar dos chapéus de antigamente, tirá-los é impensável, seja dentro ou fora dos ambientes. Para as mulheres, mais severas eram as regras, pois o recato e os bons costumes transpareciam no comportamento e no tipo de vestes que elas usavam.

Primeira lei orgânica do município

Até 1889, quando foi proclamada a República no Brasil, as administrações municipais eram desempenhadas pelas Câmaras. Em 2 de janeiro de 1890, com a sua dissolução, foram nomeadas comissões administrativas para responderem pela condução do município e que atendiam à legislação vigente. Esse período ficou denominado como Junta Municipal. A partir de 1892, foi implantado novo modelo administrativo, o da Intendência Municipal, sendo conduzido o poder executivo por um intendente, cabendo o poder legislativo ao Conselho Municipal. No dia 9 de setembro de 1892 foi promulgada a primeira lei orgânica do município de Cachoeira pelo intendente Olímpio Coelho Leal.  Intendente Olímpio Coelho Leal  - Grande Álbum de Cachoeira, de Benjamin Camozato A lei dispunha sobre o município e seu território, sobre o exercício do governo municipal, destacando as atribuições e responsabilidades do intendente, do vice, dos sub-intendentes e dos conselheiros, sobre as eleições e a decretação das leis, regulando

Fuga de presos

Nos tempos que correm, são bastante comuns notícias de fugas de presos das penitenciárias, nome que as cadeias recebem hoje. Os homens, quando privados de sua liberdade, normalmente fazem de tudo para recuperar o direito de ir e vir, mesmo que para isso tenham que novamente incorrer em delitos. Um encadernado do período Câmara Municipal, em que eram lavradas cópias de correspondências expedidas, há o interessante registro de uma fuga de presos no ano de 1834. Além do episódio, o documento registra as más condições da cadeia que, à época, funcionava em casa alugada pela Câmara, e também a inoperância da guarda que deveria zelar pela segurança do local. Outro dado interessante é o elevado número de evadidos, o que demonstra que, apesar de ainda pequena, a Vila Nova de São João da Cachoeira tinha muitos transgressores. Eis o teor: Illmo. Snr. Constando a esta Camara que na noite de 14 para 15 do corrente se evadirão 19 presos da Cadeia desta Villa que athe como he notorio levarão o Armame

Escudo de Armas e Bandeira Nacional do Reino do Brasil

Proclamada a independência do Brasil por D. Pedro I, em 7 de setembro de 1822, uma série de medidas foram tomadas para a organização nacional. Uma das primeiras foi a criação dos símbolos de identificação da nação.  A formalização do Escudo de Armas do Reino do Brasil e da Bandeira Nacional foi feita através de um decreto de D. Pedro I, impresso pelo órgão oficial da imprensa, a Impressão Nacional, cuja formalização e divulgação ficou a cargo de José Bonifácio de Andrada e Silva . A Câmara de Cachoeira recebeu o documento que se conserva até hoje, em primorosas condições, no acervo documental do Arquivo Histórico. O teor do decreto é o que segue: HAVENDO o Reino do Brasil, de quem Sou Regente, e Perpetuo Defensor, declarado a sua Emancipação Politica, entrando a occupar na Grande Familia das Nações o lugar, que justamente lhe compete, como Nação Grande, Livre, e Independente; sendo por isso indispensavel que elle tenha hum Escudo Real d'Armas, que não só se distingão das de Portuga

Retratos para a Intendência

Muitas vezes os documentos do acervo do Arquivo Histórico servem para decifrar fotografias do passado ou para fornecer informações sobre o seu contexto. A foto abaixo, tomada de reunião na sala das sessões do Conselho Municipal (corresponde hoje à Câmara de Vereadores), no segundo andar do prédio da Intendência, apresenta na parede três quadros de autoridades: Júlio de Castilhos, prócer do Partido Republicano, falecido em 24 de outubro de 1903, Antônio Augusto Borges de Medeiros, presidente do Estado à época, e Marechal Floriano Peixoto, segundo presidente da República (1891-1894).  Sala das sessões do Conselho Municipal - 2.º andar da Intendência  - Museu Municipal Pois dois dos três quadros que conferem oficialidade ao ambiente foram adquiridos pela Intendência de Cachoeira de um dos mais acreditados e famosos ateliês de fotografias do Rio Grande do Sul, o Atelier Photographico Cav. V. Callegari , de Porto Alegre. Conforme a nota fiscal emitida em 31 de janeiro de 1922, a Intendência

Registros de marcas de gado

Há no acervo do Arquivo Histórico, tanto nos fundos Câmara e Intendência Municipal, que estão indexados, quanto no conjunto documental da Prefeitura, livros e documentos avulsos registrando marcas de gado dos criadores cachoeirenses. Além de fornecerem os nomes dos pecuaristas e os locais de criação, tais documentos trazem os desenhos que serviam de marcas para o gado, identificando sua procedência e propriedade.  Da infinidade de desenhos empregados na identificação das reses, há padrões que se repetem, normalmente associados à figura do animal, a números ou às iniciais dos proprietários.  O primeiro livro de marcas de gado traz o título  Registo das marcas e signaes dos creadores, residentes no Municipio da Villa da Cachoeira, em virtude dos Art. os 25 e 26 da Lei Prov. cal n.º 203 de 12 de Desembro de 1850 , estando subdividido em Datas dos registos / Nomes dos creadores / Estancieiro, chacareiro ou piq. no creador / Em que Destricto / Nome de sua Fazenda / Desenho das marcas / E